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Coney Island

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Coney Island

Mensagem por Oráculo de Delfos Dom Out 09, 2022 12:08 am

Coney Island
⁘ Nova York ⁘
É um bairro de Nova York situado no sudoeste do Brooklyn, que é conhecido pelo parque de diversões Luna Park, a Wonder Wheel e o New York Aquarium. Na realidade, é uma península com 60.000 habitantes e boa parte dela consiste em uma grande praia com um calçadão. Ao visitar Coney Island, você vivenciará uma atmosfera descontraída que reina por lá desde que tornou-se popular no século XX. A península é um excelente lugar para evitar o calor intenso do verão que pode ser sentido em Manhattan. Praias, calçadões e montanhas-russas são os três principais elementos que caracterizam esse divertido lugar. Você pode até nadar aqui.
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Re: Coney Island

Mensagem por Spark Maverick Qua Nov 30, 2022 3:30 pm

Uma flor para cada morte

Missão One-post #01
Coney Island
Ártemis
[FLORESTA DO ACAMPAMENTO MEIO-SANGUE - O INICIO DE TUDO]

Então… você – Aponto para a figura ruiva - de até poucos minutos atrás desconhecida -, com desdém e desconfiança. – É Ártemis? – Tudo bem, eu não podia ficar tão chocada com a aparência da deusa, afinal, se até mesmo Héstia tinha seu charme como uma criancinha, porque Ártemis não podia se parecer com uma adolescente de quatorze anos beirando sua puberdade? Não havia muita diferença de altura entre mim e ela, pareciamos duas campistas conversando de longe, para quem visse o diálogo. Mas, é claro que, estávamos sozinhas na floresta do Acampamento. Ela certamente sabia exatamente o que estava fazendo, quando me abordou especificamente neste horário. Eu geralmente passeava por ali ao final do dia, para espairecer a cabeça, livrá-la de pensamentos fúteis, pois ultimamente minha mente estava cheia deles… e, aparentemente, ela ficaria ainda mais cheia agora. Bom, não de pensamentos fúteis, mas de problemas. Vários problemas. Ártemis queria algo, eu sei muito bem disso. Após a deusa se expor, saindo de trás de uma das árvores, demonstrando que sabia muito bem de quem eu se tratava, agora ela deixava explícito que o motivo de estar ali se dava por uma missão. Ah, meu Jesus do céu… outra missão! Meu coração começou a palpitar quase que instantaneamente. Da última vez, acabei quase sendo devorada por um Cão Infernal, embora não tanto quanto Ethan Cartier. Enfim, Ártemis não poupou palavras para informar que não seria nada fácil, entretanto, eu seria apenas uma intermediária naquela situação toda, pois o destino daqueles envolvidos já estava traçado, definido. É sempre assim, penso com o semblante puramente sério, eu fiquei inteiramente calada, apenas ouvindo-a com atenção. Devo dizer, com sinceridade, que eu estava me sentindo. Tipo, ela achava mesmo que eu estava adepta a resolver seja lá qual fosse o pipoco imposto? Bom, muito bom… de todo modo, continuei a encará-la mesmo imaginando os mil motivos para que a deusa me selecionasse ao mesmo tempo, ficando curiosa sobre a história que ela contava. 

Ártemis começou explicando que, seu grupo de caçadoras era previamente formado por donzelas que juraram servi-la até o "final de seus dias", algo que eu meio que sabia, mas nem tanto. Meu conhecimento sobre isso era… raso. Enfim, o ponto não era exatamente esse, a parada era: uma de suas caçadoras tinha simplesmente quebrado seus votos, e que além de traí-la dessa maneira, também tentou enganá-la. Aquilo me fez expor uma careta de indignação misturada com surpresa, era uma burrice e tanto fazer algo do tipo com um fucking deus, ainda mais Ártemis. Era notório o tom de decepção na voz da menininha - eu precisaria me acostumar a conversar com deuses tão… "jovens" e levá-los a sério numa conversa -, mas certamente Ártemis não tinha nenhuma intenção de ser piedosa em quaisquer que fosse seu plano de punição. Afinal, era pra isso que eu serviria como intermediária, certo? Qualquer um com um mínimo de inteligência compreenderia aquilo. Pelas informações, a deusa havia permitido que sua caçadora saísse em uma caçada solo, mas, novamente, descumpriu com seu papel e não retornou. A sujeita fugiu com um amante, na qual ela estava mantendo em segredo, escondido, até poucos dias atrás. Homens… porque eles são sempre os principais problemas na vida das mulheres? definitivamente pedras no caminho. Suspiro profundamente, Ártemis continua e explica que ambos estavam se refugiando em um tipo de culto de Afrodite, isso mesmo, Afrodite, a mãe de Ethan de novo, localizado em Nova Iorque. Mas, porque ela mesma não pode resolver essa merda toda? Penso desconfiada, porém antes mesmo que eu possa questioná-la sobre esse quesito, a ruiva com suas trancinhas charmosas e amarradas com uma fita rosa prossegue em suas instruções. Ártemis já havia sim, partido em busca de Miríade, a então traidora, filha de Atena, para abordá-la, entretanto Afrodite estava mantendo sua bênção em seu culto, impedindo que ela pudesse entrar e fazer justiça. – Certo. E por isso você precisa de mim, pra causar confusão, né? – Minha boca simplesmente se abriu para falar aquilo, eu às vezes não tinha filtro com a língua. Isso me custaria caro qualquer dia desses! – Foi mal. – Peço envergonhada, deixando que ela continuasse. A princípio, na visão de Ártemis, Afrodite jamais negaria uma filha de seu "amante preferido", Ares obviamente, meu pai, e era impossível não perceber o incômodo nas palavras dela ao ressaltar essa parte, em um de seus cultos. Sorrio discretamente, era uma parada engraçada, como todos os deuses sempre acabavam envolvidos de alguma forma bizarra. Mas, então, toda a graça da coisa sumiu, quando Ártemis deixou bem claro que minha primeira tarefa seria exterminar o amante de Miríade. Em seguida, eu precisaria trazê-la para fora do culto, onde ela mesma aplicaria sua punição. 

Então Ártemis quer a morte. Quando a palavra "matar" ecoou em meus ouvidos, automaticamente minha postura se enrijeceu. Eu já tinha finalizado com a vida de muitas coisas, mas de uma pessoa… isso seria a primeira. Não nego que muita coisa se passou pela minha mente depois disso, estava na minha natureza, esse prazer pela guerra, um fato certamente fora do meu alcance e incorporado desde o meu nascimento. Volto a encará-la, agora meu semblante era mais sério, queria que ela entendesse que eu compreendi bem o recado, e que faria o que estivesse ao meu alcance para cumprir com o dever proposto. E o impossível também, mas tenho certeza de que a deusinha já tinha plena consciência disso quando me selecionou. – Farei o que me pediu. – Digo manuseando a cabeça um pouco para baixo, como um cumprimento de despedida. Eu precisava me aprontar, comunicar Héstia, sei lá, muitas coisas. Tirar uma boa noite de sono, partir o mais rápido possível e organizar minha saída. – Prometo não te decepcionar. – Asseguro e, antes mesmo que eu possa falar mais alguma coisa, numa breve distração minha, Ártemis desaparece. Ótimo, agora a parada era comigo…

[CHALÉ DE ARES - DOIS DIAS APÓS A ABORDAGEM, UM DIA ANTES DA PARTIDA]

Um sorriso satisfeito transparece em meus lábios quando Dylan me entrega o pequeno papel que trazia consigo entre os dedos. É claro que ele fez cerimônia antes de me entregar, queria saber que merda eu estava tramando. – Já disse, é assunto meu. – O repreendo pela curiosidade, após arrancar o bilhete dele. Bem, aquele papelzinho continha o endereço do então culto de Afrodite em Nova Iorque, até porque Ártemis se quer tinha se lembrado de me informar, ou simplesmente quis que eu me virasse mesmo, uma hipótese mais certeira. Deuses eram assim, sempre. Dylan tinha descolado o endereço com um filho de Hermes, sabe-se lá quem, haviam alguns muitos no Acampamento, então… mas a boa parte era: tinha dado certo. Filhos de Hermes são conhecedores natos de viagens, estradas, tudo o que envolve perambular por aí, e raramente podem se perder por localização… então, nada melhor do que usar essa inteligência deles a meu favor. Uma ideia genial. – Valeu mesmo, tá quebrando um galhão pra mim! – Me movo animada sobre a cama, Dylan ainda estava com aquela carranca de moleque curioso, eu sabia da sua preocupação. Embora fosse um chato do caralho, continuava sendo meu irmão, tanto de pai quanto de mãe. – Só relaxa, tá? Já falei com a Héstia, tá tudo certo. Mamãe vai me buscar pela manhã e… eu prometo te explicar tudo depois. – Sorrio, lançando-lhe uma piscadela faceira. Por sorte não precisaria me virar nos trinta para chegar ao culto, minha mãe era uma baita companheira e não mediu esforços em me buscar quando lhe comuniquei que precisaria de carona. Estava morrendo de saudades dela, de quebra ainda poderia colocar os assuntos em dia durante a estrada… enfim. Levanto-me da minha cama e ando para perto da mochila pendurada na ponta dela, precisava rever as coisas que levaria para a minha missão. Meu machado, Dákrya Aímatos, já estava a postos em seu devido lugarzinho, bem como algumas outras tralhas desnecessárias e é claro, necessárias, como o Esmalte Fenty, um mimozinho de Afrodite após a missão que nos levou, a mim e Ethan, ao submundo. Quem diria que um esmalte seria tão útil, em? – Essa roupa vai acabar virando a minha armadura de guerra. – Digo observando o mesmo look que usei para descer ao Palácio de Hades, aquela calça preta surrada e o blazer cinza que Ethan fez questão de criticar. Tudo bem, ele estava parecendo um farrapo, mas era bonito! Tinha seu charme, além de ter sido um presente de mamãe. Uma herança. – Espero que ao menos seja interessante. – Sussurro para mim mesma, imaginando a loucura que seria essa missão. Isso veio de boa hora para desenvolver minhas habilidades, além de que… eu estava ansiosa para descobrir que tipo de recompensa acabaria ganhando pelos serviços prestados. Que tipo de perigos eu enfrentaria no caminho? Só esperando para descobrir. Tão logo me aprontei para tomar um banho, daria uma passada no banheiro feminino que ficava aos arredores do chalés, e depois me garantiria numa boa noite de sono. Combinei de sair cedinho do Acampamento com Belona, minha mãe, assim chegaríamos mais cedo ao endereço do culto de Afrodite. Ah, espero que ela não me odeie muito pelo o que farei.

[A CAMINHO DE NOVA IORQUE, PELA ESTRADA]

A música que tocava no rádio do Jeep de Belona me deixava mais tranquila. Não que isso fizesse muito sentido, até porque era nada mais nada menos do que Metallica, Master of Puppets sendo mais específica. Mamãe estava toda empolgada com as batidas, cantando e batucando os dedos no volante conforme encarava a estrada, usando suas típicas roupas de couro e seus óculos escuros. Eu mantinha minhas pernas descobertas pelo coturno no painel do carro, pincelando os dedos dos meus pés e mãos com o esmalte de Afrodite, decidindo optar por um tom azul dessa vez, e eu sei, nada condizente com o meu estilo, mas sei lá, deu na telha. Muito abuso da minha parte usar um item de uma deusa que, logo mais teria problemas com minhas futuras atitudes? Provavelmente sim. – Obrigada por me buscar, sério. Você não sabe o quão chato seria ter que resolver mais essa pra chegar ao centro. – Comento com Belona num suspiro curto, terminando de pintar as unhas, guardando consequentemente o item dentro da minha mochila de novo. A fuzileira apenas me encarou com aquele seu sorriso de sempre, acariciando meus ombros como quem dizia "fica tranquila, bebê". É, ela ainda me chamava assim, sempre me vendo como sua menininha. – Você disse que era um tipo de missão, né? Seu pai não tem nada a ver com isso, eu espero. – Ouço Belona se pronunciar, ela sabia bem dos riscos que os semideuses viviam, mamãe teve tempo para se acostumar com dois desses em casa. – Não, embora ser filha dele vá me ajudar em bastante coisa. – Murmuro a última parte da frase, lançando um sorriso reconfortante para ela em seguida. – Não esquenta, eu sei me virar. – Afirmo roubando um chiclete sabor uva de dentro do porta-luvas, o enfiando na boca para acalmar os ânimos. Pelo menos estávamos chegando ao destino e, a essa altura, o centro de Nova Iorque já começava a se exibir. Eu esperaria até o anoitecer, não queria ser vista perambulando por aí durante o sol quente dos Estados Unidos, portanto, eu e mamãe teríamos um tempo para nós antes que eu saísse na verdadeira busca do culto de Afrodite. Durante o restante do trajeto, me empenhei em buscar informações a respeito das caçadoras de Ártemis, de um dos inúmeros livros que existiam na biblioteca do Acampamento.

[RUAS DE NOVA IORQUE, 20 DA NOITE, EM BUSCA DO ENDEREÇO]

A despedida da mamãe foi rápida. Ela fez questão de pagar um belo x-burguer para mim, assim garantiria que eu estivesse bem alimentada para fazer sabe-se lá o que, afinal, eu não diria nada sobre minha real tarefa ali em Nova Iorque. Belona surtaria legal caso soubesse que ah, sua querida filha estava em busca de um casal para acabar com o belo amor de ambos, matando o rapaz e punindo a moça. É, nada bom. Antes que eu deixasse a lanchonete, muito bem frequentada por nós duas quase todas as vezes que íamos para o centrão da cidade, passamos boa parte do dia trocando boas ideias, de como estava sendo tudo no Acampamento, o comportamento de Dylan, enfim. Eu definitivamente esperei a noite para ir ao encontro de Miríade, não queria correr o risco de ser perseguida ou algo do tipo também, monstros e semelhantes podiam sentir o cheiro de meio-sangue com facilidade, constantemente. E por estar com mamãe, não desejo colocá-la em perigo, por mais que a mulher ande pra lá e pra cá com armas em seu porta-malas, vai saber o grau do negócio… de toda forma, fiz questão de depositar um beijo em sua testa num gesto de conforto, assegurando que logo mais eu daria notícias e ela poderia me levar de volta ao Acampamento. Bom, eu esperava que sim. 

Eu vaguei totalmente centrada por alguns becos esquisitos das ruas nova-iorquinas. Sempre ficava impressionada com a beleza daquele lugar, todas aquelas luzes me geravam um sentimento de saudade, de quando eu costumava frequentar as lojas com Dylan e Belona. Mas, esses pensamentos de pura nostalgia foram afastados quando finalmente parei em frente a uma estranha porta pouco movimentada, com um letreiro brilhante e vagabundo que indicava que o recinto estava aberto. Típico de um… bordel, cabaré, casa do prazer. Hm, aquilo ali era um culto de Afrodite, com certeza, muito embora bem disfarçado, considerando o aspecto horroroso. E a localização também, levando em consideração o beco mal iluminado. Algumas pessoas conversavam do lado de fora e o som ficava cada vez menos presente pelo o quão distante era da rua principal, agora dava para sacar a jogada de Miríade, escolhendo um esconderijo tão… não chamativo. É, o lugar não era nada charmoso, mas isso certamente tinha outro aspecto quando se via pelo lado de dentro. Nem tudo era o que aparentava ser, no mundo em que nós, semideuses, vivíamos. Com essa minha cara de pirralha, sei que vou conseguir pouca coisa pedindo pra entrar, penso respirando fundo, aproximando-me da porta do bordel. Duas mulheres fortes e robustas cuidavam da entrada, seus semblantes eram fechados e elas certamente não tinham o mínimo de interesse em deixar uma garota como eu frequentar um lugar como aquele. É claro que, independente de quem fossem, logo perceberiam que eu era uma meio-sangue. O que não demorou para acontecer.

Eu preciso entrar aí. – Digo sem rodeios, apertando a alça da minha mochila com força. As duas figuras me analisavam de cima a baixo, totalmente desdenhosas, como quem falavam por expressões sem emitir um piu: "e isso é problema nosso?". Respiro fundo, forço um sorriso nervoso e estreito as pálpebras, desejando não caçar briga logo ali, na entrada do local. – Sou Spa… – E, antes mesmo que eu pudesse terminar com minha apresentação, ou sequer começá-la, sou interrompida por uma das moças. Sua postura se altera e ela se aproxima de mim, porém, embora quisesse me intimidar ou coisa parecida, permaneço intacta, encarando-a firmemente nos olhos. – Sei quem você é, filha de Ares. Só não entendo o motivo de estar aqui. – Ouço dela, era notório o tom desconfiado em sua voz, afinal, eu estava em um bordel. – O que se faz em um cabaré? – Cruzo os braços, um tanto quanto vermelha nas bochechas. As duas figuras se entreolharam e sorriram, emitindo uma curta risada. – Só estou de passagem. Vim encontrar uma conhecida. – Minto, minha persuasão era consideravelmente boa. Ambas não parecem tão convencidas daquilo, mas, aos poucos, me dão passagem para que eu pudesse adentrar no recinto. Com um simples gesto feito pela minha cabeça, agradeço pelo passe livre. – Sorte a sua Afrodite ter permitido sua estadia, sabe-se lá o motivo. – A outra mulher comenta, encarando-me duramente. É, sorte a minha, talvez o motivo fosse os serviços prestados com seu filho, mas eu ficaria marcada com certeza depois daquilo… sorrio, finjo plenitude e caminho pelos corredores do bordel, haviam diversas portas e nenhuma janela, o ambiente cheirava a luxúria, bem como as luzes vermelhas que iluminavam seu interior.

[DENTRO DO BORDEL]

Era estranho caminhar por um lugar tão vulgar como aquele. Quer dizer, eu ainda era virgem, pouco conhecia dos assuntos carnais da vida, mas sabia algumas coisinhas aqui e ali. O básico… ainda assim, impossível de não notar os olhares curiosos para cima de mim, julgando a minha idade e o motivo de estar frequentando um local como aquele. Será que muitos ali eram apenas mortais, meros humanos? Mantenho-me atenta. Eu não fazia a mínima ideia de qual era a aparência de Miríade, mas com certeza sentiria quando estivesse frente a frente dela. De todo modo, minha primeira estratégia foi questionar a alguém ali presente sobre sua localização, o que me fez caminhar até uma área mais reservada a bebidas, um tipo de bar. Ao redor dele, alguns sofás estavam dispostos e pessoas conversavam constantemente, algumas trocavam beijos e carícias, enquanto outras, conversas afiadas e bem recepcionadas com drinks alcoólicos. Num geral, casais preenchiam todos os cantos do bordel, "casais", se é que me entendem. – Oi. – Digo para o barman que está atrás do balcão. Ele usava um estranho óculos escuro da marca Oakley, quadrado, e trazia consigo um cavanhaque nada charmoso no queijo. Era moreno, e se eu bem consegui identificar no topo de sua cabeça, pude perceber dois pequenos chifres entre seus fios capilares. Me debruço brevemente sob o balcão, tirando minha dúvida de que se tratava de um sátiro, limpando alguns copos e preparando bebidas a todo o momento. – Tô procurando alguém. – Me aproximo cada vez mais dele, pois a música que tocava no local acabava atrapalhando a comunicação exata com o rapaz. Não consegui distinguir se ele me olhava ou não, se eu tinha de fato sua atenção, por conta das lentes escuras - num ambiente escuro -, mas decidi tentar a sorte e prosseguir com o falatório. – Miríade, conhece? É uma amiga. Ela me pediu para que a encontrasse aqui, só que… tá bem cheio. – Digo girando meus calcanhares para analisar o bar, antes de retornar minha atenção para ele. O sátiro, moreno, coloca algumas pedras de gelo dentro de uma taça e despeja algumas doses de Old Parr no recipiente, antes de me responder finalmente. – Você pode procurar por ela nos quartos, se quiser. São muitos, mas há uma lista de hospedados logo na entrada do corredor. – Ele diz e continua preparando a bebida, calmamente. Sorrio, bato as mãos no balcão brevemente e afirmo com a cabeça, entendendo o recado. – Valeu. O que é isso aí, em? – Questiono sobre a taça, pegando-a na caruda mesmo, virando o líquido contido dentro. Absurdamente forte! Era mesmo whisky, eu já havia experimentado uma vez, numa véspera de natal em um desafio feito por Dylan. Longa história. – Você por acaso tem idade pra isso, guria?! – O sátiro indaga e eu apenas rio, afastando-me dele para caminhar em busca dos quartos do bordel. – É claro que não!

Não esperei para receber sermão, já me bastava Héstia, mamãe e qualquer outra pessoa que repugnava minhas atitudes, não ficaria para escutar conselhos de um barman com pernas de bode. Ainda mais usando um óculos extremamente brega, no escuro. Minha postura era confiante e eu me mantive concentrada. A cada passo que eu dava, observava a ambientação forte que aquele lugar tinha, cheirava a luxúria, amor, dentre todos os sentimentos que Afrodite poderia proporcionar. As paredes eram decoradas com imagens mitológicas, muitas delas com representações da própria deusa responsável pelo culto, o que me fez imaginar que a maioria dos esconderijos dela deveriam ter essa mesma aparência. Sem falar na possibilidade de encontrar pessoas nuas pelos cantos, já que muitas delas estavam com a ausência notória de vestimenta. – O livro deve ser esse daqui… – Sussurro baixo quando finalmente me aproximo da área mais reservada do bordel, existia um caderninho grosso e grande, parecido com um grimório antigo, disposto sobre uma escrivaninha de madeira refinada em verniz, contendo inúmeros nomes e registros em suas páginas douradas. Seria ouro? Não duvido muito, pelos caprichos da deusa. De todo modo, comecei a folhear apressadamente o conteúdo do caderno em busca de alguma informação, onde encontrei pouco tempo depois o registro de Miríade e seu amante. Joseph, esse era seu nome. Ambos estavam ocupando o quarto 301, o que me fez concluir que ao menos seria mais rápido chegar até eles dessa vez. Ótimo, já tenho a informação que preciso, penso encarando os arredores do corredor, me certificando de que ninguém passava por ali neste momento. Feito isso, me abaixo ao lado da mesinha e abro o zíper da minha mochila, retirando meu machado de dentro dela, capturando-o pelo cabo de couro vermelho. Vejo meu reflexo brevemente pelas duas faces do machado e mordo o lábio, levantando-me novamente e começando a caminhar por entre os quartos. Meus olhos se mantinham atentos a todo o momento nos números dispostos sobre as portas, até que eu finalmente encarasse o específico. 301, estava bem ali, na minha frente. Dois toques na porta foram o suficiente para que eu me pronunciasse. – Serviço de quarto! – Digo fingindo empolgação, mas, dentro de dois minutos ou três, não obtenho resposta. Ah, Miríade certamente já desconfiava de que as coisas não sairiam baratas para ela, e que certamente alguém acabaria indo atrás dos dois. Dou de ombros, fecho meu semblante e caminho para trás; em seguida corro de encontro com a porta e pressiono meu pé na madeira, forçando-a a abrir num arrombo. Feito isso, o trinco despenca da porta e com ela aberta, a imagem de uma mulher enfurecida, de cabelos negros e pele absurdamente branca se expõe. Atrás dela um homem se mantinha escondido, dela e de sua espada inclusive, armada e atenta como uma boa filha de Atena.

Você não andou fazendo boas escolhas, não é, filha de Atena? – Digo para ela, empunhando o meu machado em frente ao meu corpo, girando-o freneticamente "cortando" o ar. Miríade parecia verdadeiramente puta mas ao mesmo tempo preocupada, pois entendia a gravidade de suas escolhas. – Foi uma ideia bem burra da sua parte fazer algo do tipo. Traição. Bem ruim considerando ser filha da deusa da sabedoria. – Resolvo tirar sarro, meu humor ácido não me abandonava por nada, independente da causa. – Serei breve. – Digo e parto para cima dela, observando-a empurrar seu amante em direção a porta, para que ele pudesse fugir. É claro que ele não iria sem Miríade, mas eu sabia que ele acabaria se escondendo nos outros quartos do bordel, dificultando minha principal missão: matá-lo. Entretanto, antes mesmo de fazer isso, precisava neutralizar de alguma forma as investidas da caçadora, afinal ela tentaria me impedir de todas as formas. Sou ágil, manuseando a arma em minhas mãos, tento acertá-la na região das pernas - sabendo que não poderia matá-la -, para que a lâmina impedisse sua locomoção posterior. Logicamente, Miríade se esquiva e impede que meu arsenal a atinja, utilizando de sua longa espada para forçar meu corpo para trás ao pressionar as lâminas do meu machado. Não perco o equilíbrio, mas isso faz com que eu dê uma recuada dela, que investe para cima de mim em fúria. Jogo meu corpo para o lado, isso faz com que a caçadora crave sua espada na madeira da porta, permanecendo por alguns instantes impedida de realizar qualquer ataque contra a minha pessoa. E é nessa hora que eu giro meus calcanhares e enxergo a oportunidade de acertá-la, todavia, sou surpreendida com uma garrafa de vidro que se parte em minha cabeça, me deixando desnorteada por breves instantes onde minha visão se torna turva e confusa. – Mas que porra… – Me apoio nas paredes vermelhas do quarto. Era Joseph, o apaixonadinho sequer teve coragem de deixá-la, sua amada, e estava ali, tentando complicar as coisas pro meu lado. Sangue escorria da minha testa, um belíssimo corte feito pelo caco de vidro que estava enfiado em minha pele. Reclamo, meu grunhido sai em protesto e eu aperto o caco de vidro entre o palmar de uma das mãos, puxando-o com força para fora, ouvindo minha pele rasgar ao jogá-lo no chão. Meus olhos exibiam fúria, aquilo deixaria uma cicatriz sem dúvida alguma. – Isso… não foi nada legal, Joseph. – Sorrio amarelo, minhas narinas se dilatam indicando minha infelicidade pelo ato pra lá de ousado dele. Há essa altura, Miríade já havia retirado sua espada da porta e recuperado a postura, pronta para impedir que eu atacasse seu amado, entretanto, sou mais rápida e lanço o machado em sua direção, acertando-a em sua coxa esquerda, fazendo com que ela se ajoelhe e reclame de dor. Eu sabia dos efeitos do meu machado, logo Miríade imploraria pela morte por conta da dor causada pelas lâminas, mas isso seria mais precioso de presenciar quando fosse com Joseph. 

A espada de Miríade despenca ao chão e eu a chuto para longe, ouvindo o barulho metálico ecoar pela lâmina que se arrastava pelo assoalho de madeira. Me viro em direção ao homem e caminho calmamente até ele, sustentando um sorriso sádico nos lábios. Por alguma razão, minha mente só sabia pensar em acabar com sua vida, apenas morte, morte… e mais morte. É claro que, como nem tudo na vida são rosas, mal consigo encostá-lo. Sou surpreendida quando sinto minha respiração ser forçada a parar; Miríade me envolve com um pedaço de cortina vermelha por volta do meu pescoço, puxando meu corpo para fora do quarto, me causando um imenso desconforto pela falta de ar. Agarro o pedaço de pano e uno as sobrancelhas num semblante fechado, agora estávamos no corredor, o que chamaria mais atenção. – Desgraçada… – Sussurro como posso, todavia, chuto a região de sua perna antes atingida pelo machado e vejo sua força vacilar aos dedos que me mantinham enforcada; rapidamente inverno a situação usando meu poder, a pancadaria, envolvendo agora o pescoço dela com aquele pedaço de cortina, puxando-a até uma das portas do bordel onde busquei deixá-la presa pelo pescoço mesmo ao fazer um nó forte no tecido. Como a maçaneta era consideravelmente alta julgando a distância do chão, Miríade mal conseguia respirar e se mover direito para desfazer minha emboscada, resultando em inúmeras tentativas falhas de se libertar. – Eu pensei em fazer isso sem que você visse… mas agora estou bem descontente com isso daqui. – Aponto para o corte presente em minha testa, sorrindo. Assim, retorno para dentro do quarto e encaro o amante da mulher, que segurava sua espada de forma desleixada, certamente não sabia empunha-la. Miríade podia ver a cena toda de onde estava amarrada, semi sentada, com o rosto vermelho e impedida de protestar, pela falta de oxigênio. Tranquila, capturo meu machado pelo cabo vermelho em couro novamente e ando meticulosamente em direção ao homem, que avança em minha direção sem pensar demais. Me esquivo de sua investida, fazendo com que ele cambaleie seu corpo em direção a Miríade, onde ambos ficam bem próximos, no limite da porta e do quarto. Vejo a caçadora encará-lo nos olhos com ternura, amor, preocupação e tristeza… e é nessa hora que movimento meu arsenal em minhas mãos, empunhando-o na horizontal, acertando-o na região do pescoço – Leve esse amor para o túmulo com você. – Aquilo faz com que a cabeça de Joseph se parta ao meio e um pedaço de sua boca fique presa ao pescoço; a outra metade despenca, rolando até os pés da caçadora ainda presa pelo pedaço de pano vermelho. O corpo de Joseph já não se mantém mais em pé, agora, de pouco a pouco ele se ajoelha e permanece estirado ao chão. Pelo sangue que jorrou instantaneamente em consequência do golpe, me vejo suja de sangue, muito embora a maioria dele estivesse em meu blazer cinza. – Merda. Isso vai ser um saco pra tirar. – Digo me livrando da peça, jogando-a em meus ombros. Aproximo-me de Miríade e me abaixo para observá-la, lágrimas caíam de seus olhos sem cessar, bem como a frustração de não poder me xingar ou arrancar um pedaço do meu nariz, tão próximo ao dela. – São apenas negócios. – Sussurro desamarrando o nó preso à maçaneta e puxando-a comigo, arrastando seu corpo pelo corredor daquela mesma forma, mantendo a caçadora ainda fraca por ficar tanto tempo sem respirar direito. Vou caminhando com expressões opacas para fora dos quartos, mas antes que eu passeasse pela área das bebidas, pego minha mochila e enfio meu blazer dentro dela.

Os olhares para cima de mim eram de puro horror, as pessoas não entendiam bufulhas do que estava acontecendo, inclusive o sátiro de antes. Ele parecia… carregar um sentimento de culpa. – Obrigada pela dica. – Digo sarcástica ao passar por ele, sabendo que ele não dormiria nada bem naquela noite, atormentado pela cena de hoje. Prossigo indo para a porta, onde de longe, posso avistar aquela mesma figura inocente que me abordou na floresta do Acampamento, acompanhada do que provavelmente seriam suas caçadoras, ou algumas delas, certamente já em minha espera. As duas mulheres da entrada me fitavam com ódio, ou algo semelhante a ódio, e não deixaram o aviso passar em branco. – Você não tem ideia do que fez vindo até aqui, profanando o culto de Afrodite dessa forma. Você ofendeu a deusa. – Sua voz era carregada, e eu entendia bem a verdade daquelas palavras. – Eu muito sei disso, mas estou apenas cumprindo o meu papel. Sou uma mera intermediária. – Digo firme, porém totalmente ansiosa, temendo as consequências daquilo. Largo o pedaço de cortina seguidamente, permitindo que Miríade caísse aos pés de Ártemis. – Caso queira se certificar do serviço, os pedaços dele estão no trezentos e um. Era lambança demais trazer sua cabeça para cá. – Digo e caminho para fora do beco, cambaleando de exaustão. Há essa altura, já era madrugada, mas eu sabia que as chances de dormir sequer existiam. Minha cabeça estava em adrenalina. Deixando o beco onde o culto estava localizado, passo a perambular sem destino certo pelas calçadas de Nova Iorque, sentindo um misto de sentimentos consumir meu corpo e alma. Eu me sentia estranhamente bem de ter concluído com o meu papel, bem em acabar com a vida de alguém por um bem necessário, porém estranhamente culpada ao imaginar que isso me tornava teoricamente, ou praticamente, uma assassina. Isso me tornava alguém ruim? Uma pessoa má? Minha cara era vazia, minha expressão era vazia, por mais que eu tivesse feito com o combinado, nada mudava o fato de que hoje, matei alguém pela primeira vez, e sequer tive escolhas a não ser simplesmente... fazê-lo. Dylan entenderia isso? Minha mãe entenderia, caso eu contasse? E Ethan... o que ele pensaria de mim se soubesse? Isso importava de verdade? – Preciso eternizar isso de alguma forma. Preciso... me lembrar... preciso... – Eu precisava buscar um meio de me recordar de que, apesar de tudo, ainda existia humanidade em mim... e é aí que, parada em frente a uma faixada escura e moderna, leio com atenção o letreiro que informava em grego: Estúdio de Tatuagens e Piercings Olimpo. Analisando por um tempo a entrada do local, passo pela porta e ouço o sino ecoar pelo interior do comércio, onde de longe avisto certamente uma ninfa sentada em um sofá estofado, julgando sua pele esverdeada dela. É claro que, a frente do estúdio estava disfarçada, onde apenas seres, semideuses, conseguiam ver que o lugar estava aberto. Caso contrário, dariam de cara com uma maluca verde.

[ESTÚDIO DE TATUAGENS E PIERCINGS OLIMPO]

Quero fazer uma tatuagem. – Me aproximo da mulher e observo as paredes com as mais diversas ideias de tattoos, largando minha mochila em um dos sofás vazios do estúdio. A ninfa me observa com curiosidade, mas acima de tudo, resolve questionar sobre a ideia da tatuagem, além de ressaltar que era bem tarde para uma semideusa resolver fazer uma parada dessas justamente agora. – Noite agitada. – Falo meio perdida em meus pensamentos e totalmente descontraída, parando de andar quando finalmente fico frente a frente com um esboço de flor de arruda, uma flor que estava associada a Tânato, a personificação da morte. – Essa. Essa daqui. – Aponto para o desenho, sem encarar a ninfa. – Faça com tinta invisível, quero que isso seja algo pessoal. – Eu sabia das artimanhas das tatuagens, mamãe tinha diversas dessas que só podiam ser reveladas em luzes específicas, além de que eu não gostaria de receber perguntas a respeito. – Farei nas costas. – E então caminho para a maca, onde ela começaria os trabalhos. A tatuagem começaria por um galho comprido e, a minha ideia era a seguinte: para cada morte, uma flor de arruda seria feita. Assim, eu simbolizaria a vida daqueles que matei, os respeitando de alguma forma ao gravá-los eternamente em minha pele. A flor de arruda por si só já carregava um significado a mais, afastando mal olhado e inveja. Erguendo minha regata branca, deixo que a ninfa faça seu trampo, onde mais tarde eu a pagaria em dracmas, alguns que descolei vasculhando a gaveta de cuecas de Dylan. Não recebi questionamentos sobre permissões ou semelhantes, mas tenho certeza que seria diferente caso eu frequentasse um estúdio meramente mortal.

[CONEY ISLAND, REGIÃO PRAIANA]

O sol já ia dando o ar da graça quando finalmente cheguei a Coney Island. A praia estava deserta, senão pelos pássaros que ali sobrevoaram, além de algumas pessoas que caminhavam tranquilamente com seus animais de estimação em uma corrida matinal. No mais, as águas estavam calmas e o vento fresco corria solto, envolvendo meu cabelo agora totalmente livre da trança que eu mantinha anteriormente. Eu caminhava num ritmo lento, cansado, pela areia da praia, levando em uma das mãos o coturno preto de sempre, deixando que os dedos dos meus pés, enfeitados de esmalte azul, ficassem submersos pela areia úmida e confortável. Meus olhos percorriam o horizonte com certa perdição, e em determinado momento, parei próxima a um orelhão, onde disquei o número de Belona e pedi para que ela me encontrasse nos arredores do bairro. Após isso, retornei para perto da água e deixei que meu corpo se acomodasse na areia; assim permaneci sentada, encarando o nascer do sol que vinha de pouco a pouco. Fazia muito tempo desde que eu não via algo parecido, senão do Acampamento, estar ali me fez sentir uma estranha sensação de liberdade, especialmente quando fechei os olhos e deixei a brisa brincar com o meu rosto. – Que o destino seja justo comigo, porque depois dessa, vou precisar de terapia. – Falei antes de deitar meu corpo e deixar o cansaço me consumir. Não demoraria muito até que mamãe chegasse, e assim, eu retornaria para a minha casa habitual, pronta para enfrentar os zilhões de questionamentos de Dylan e Jack, principalmente. No mais, o meu único desconforto agora era a tatuagem recém feita e a ardência presente em minha pele.

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Re: Coney Island

Mensagem por Mary Betsy Ross Ter Dez 13, 2022 4:53 pm

Estrela
XX:XX
Vários lugares
PS01
Parte 1: A Privada Falante {11:23 - Banheiro Feminino}

Coisas estranhas acontecem na vida dos meio-sangues, mas eu acho que até outros filhos de deuses iriam estranhar a história de Mary sobre uma privada falar com ela. Pois é. A garota tinha acabado de acordar às onze da manhã e, como de costume, foi até o banheiro. Sim, ela acorda bem tarde em comparação a todos os outros no acampamento, ignorando com veemência quaisquer tarefas e afazeres presentes pela manhã a não ser que seja obrigada. Ao chegar no banheiro, Mary entrou em um dos boxes e, para sua surpresa, ao abrir a tampa do vaso, uma voz saiu dele dizendo para ela não se sentar ali. Praticamente tendo um ataque de susto, Mary levantou rapidamente as calças que tinha começado a tirar. - Quem tá aí? - Ela perguntou na mesma hora, olhando para os lados, por mais que soubesse que a voz tinha vindo de dentro da privada. Mary foi respondida com um “Sou Poseidon”. Ela quase engasgou. Não, não era porque um deus estava falando com ela, era porque um deus tinha escolhido fazer isso através de um lugar onde as pessoas fazem xixí e cocô. Ela começou a dar risada e, por mais que tivesse um grande desgosto por todos os olimpianos, não podia negar que agora Poseidon tinha ganhado uma parcela de sua simpatia. Por sinal, Poseidon não queria ouvir comentários de onde estava vindo sua voz, então a garota tapou a boca com uma das mãos para abafar a risada que ainda saia. Sério, tinha sido um dos momentos mais interessantes para Mary naquele acampamento cheio de jovens temperamentais e difíceis de lidar (tanto quanto ela, mas ela jamais admitiria isso).

Infelizmente, o restante da conversa não foi tão prazerosa. É claro que um deus não vem visitar um semideus só por visitar, eles sempre querem alguma coisa! Típico dos deuses, não era por nada que Mary os desgosta. Poseidon estava curtindo suas férias nas Maldivas e se recusava a interrompê-las para resolver um problema com um hipocampo malcriado que estava fazendo tanto caos que chegava a ser difícil para a névoa escondê-lo. Como o deus mesmo dizia, aparentemente ele tinha filhos e funcionários muito incompetentes e precisava recorrer a ajuda de um campista que fosse fazer suas necessidades fisiológicas naquela hora. Era tanto atrevimento da parte do deus que Mary nem conseguiu proferir uma palavra de resposta antes de receber um “boa sorte” e a informação de que Poseidon iria participar, daqui cinco minutos, de uma corrida de jet-ski, enquanto a descarga da privada era acionada e levava a voz do deus para longe. Isso mesmo, Mary tinha acabado de ganhar a sua primeira missão de… Uma privada… E era para tentar controlar um hipocampo. Uau. Que grande valor! E depois ainda tem gente que ousa perguntar para ela porque ela tem tanta raiva dos olimpianos. Para começar, um deles é o seu pai e é deveras irresponsável por não tê-la reconhecido, segundo, os caras são deuses e mesmo assim ainda precisam de seus filhos para fazer seus trabalhos sujos. Mary fez questão de fazer suas necessidades naquela privada, por mais que a voz do deus já tivesse ido embora, então se levantou bufando e passou a pensar em um plano para aquele dia. Isso mesmo, ela iria resolver aquilo naquela tarde. Quanto mais cedo, mais rápido conseguiria se livrar deste pepino.

Parte 2: Estrela {14:32 - Praia de Coney Island}

Chegar em Coney Island foi fácil. Primeiro, logo depois de sair do banheiro, Mary conversou com Héstia sobre o que tinha acabado de lhe acontecer. Com isso, Betsy ganhou uma carona da van do acampamento até o famoso bairro do Brooklyn. O ambiente era tão festivo que chegava a irritá-la. Mary costumava gostar mais do silêncio, não de poluição sonora e calor humano em demasia. Por sinal, Mary também detestava praias. Fora o sol escaldante, que é bem incômodo, o ambiente não combinava em nada com o estilo dela de maquiagem pesada e roupas escuras. Praias são claras demais, festivas demais, cheias demais… E Mary é uma criatura da noite. Ainda assim, ela olhava tudo com curiosidade. Podia ser todas essas coisas que eu já disse, mas acima de tudo, ela era uma experimentalista. Havia muitas coisas que ela nunca tinha feito na vida, como andar numa montanha-russa. Ao ver uma, imponente ao longe, com seu “pequeno” carrinho passando pelos trilhos, ela sentiu vontade. Quem sabe um dia, no momento, para o seu infortúnio turístico, ela tinha que procurar um hipocampo. A garota andou na direção da praia e, então, começou a contornar a orla, observando o mar.

Encontrar o hipocampo também não foi difícil… Porque o lance era que ele queria ser encontrado. Se até mesmo a névoa estava tendo dificuldade de esconder ele dos trouxas, então era porque nem mesmo a criatura estava se esforçando um mínimo para se esconder. Mary o encontrou assim que ouviu uma comoção na praia. Um grupo de três mulheres e duas crianças gritava “tubarão” a plenos pulmões, correndo de maneira destrambelhada nas águas em uma fuga desesperada. Isso, obviamente, chamou atenção de outros banhistas ao redor, que também começaram a sair correndo da água. Ali, literalmente, formou-se uma pequena multidão de pessoas que só se acalmaram quando os seus pés estavam seguros na areia, nem sequer sendo encontrados pelas ondas do mar. Mary olhou na direção das águas, onde deveria estar o tubarão, e observou uma espécie de crina que parecia uma nadadeira aparecendo na superfície da água. A névoa deve tê-la transformado na barbatana superior de um tubarão, aquela que frequentemente aparece nos filmes de tubarões para causar os “momentos de tensão”. O bom disso é que, nos quinze minutos seguintes, a maioria dos banhistas começou a juntar as suas coisas e ir embora com medo do tal tubarão. Quanto menos pessoas melhor, Mary não estava nada a fim de ter que dar explicações para adultos mortais.

Na praia, algumas pedras grandes se enervavam alguns metros mar adentro. Foi nelas que Mary começou a caminhar, tomando cuidado para não cair, já que eram escorregadias justamente por estarem perto do mar, ou seja, acabam ficando molhadas ou cobertas de musgos. Enquanto caminhava, ela cantava calmamente uma canção. - Beware, beware the Daughter of the Sea. Beware, I heard him cry. - Mary chegou até uma pedra maior e ali sentou-se. - His words carried upon the ocean breeze… As he sank beneath the tide. - Ela gostava dessa música, bem mórbida e, em certas partes, vingativa. Era sobre uma garota que trai o seu pai e causa a sua morte porque ele não a escutou. Um pouco parecida com Mary, não? Em resposta ao seu cantar, Mary recebeu um bando de água que a encharcou completamente, principalmente o seu rosto. Ao abrir os olhos depois do choque, a garota viu a cauda do hipocampo entrando no mar. Ele tinha jogado a água nela, estava dizendo claramente “vai embora”. Okay… Isso não tinha sido nada legal, mas Mary controlou a sua raiva. Vai ver o hipocampo acreditou que ela era uma filha de Poseidon por estar cantando uma música sobre uma “filha do mar” que deve-se tomar cuidado. - Eu imagino que algumas pessoas e seres marinhos devem ter vindo aqui para te levar de volta, mas eu não vou fazer isso. - Como resposta, Mary levou mais água no corpo todo. O hipocampo não estava acreditando nela. - Dá pra parar com essa merda? Eu sou tão encrenqueira quanto você, amaria irritar os deuses, não vou fazer nada contra a sua vontade. - Ela falou, demonstrando mais irritação na voz. Poxa, dois banhos?! - Se você me ajudar a descobrir o porquê de estar aqui fazendo baderna, eu te falo como fazer uma baderna ainda maior. - Mary não recebeu outra onda de água na cara. Vitória.

O hipocampo emergiu com a metade superior de seu corpo. Mary pode ver um belíssimo cavalo de escamas azuis brilhantes e crina em formato de nadadeira. As escamas brilhavam como se existissem estrelas num céu diurno. Que lindo. Ela pensou com os olhos levemente arregalados. A vida de Mary foi tanto sobre orfanatos e depois sobre o acampamento que ela, muitas vezes, se esquecia que haviam muitas belezas no mundo, que ele era vasto para se explorar. - Então… Prazer, eu sou Betsy Ross. - Ela achou educado se apresentar. O hipocampo relinchou de leve. - Deixa eu pensar… Vamos começar pelo mais óbvio. Você é um cavalo marinho, então… Deve estar querendo chamar a atenção de Poseidon, estou certa? - O hipocampo usou sua cauda para esguichar água na direção de Mary, mas dessa vez, passou do lado dela, não em seu rosto. - Vou levar isso como um sim. - O hipocampo relinchou outra feliz. É, parecia um sim mesmo. Então tudo isso estava acontecendo porque um hipocampo queria falar com Poseidon e o bonito não respondeu porque estava de férias? Que coisa. - Tudo bem. Então, Poseidon fez alguma merda e você quer tirar satisfação com ele? - Para Mary, os deuses sempre fazem merda. A cauda do hipocampo balançou e, dessa vez, ela recebeu água na cara. - Arg! Você precisa melhorar suas formas de comunicação com pessoas! - Aquilo tinha sido um não, é claro. Tirando o excesso de água do rosto, Mary pensou em outras possíveis ideias do porque um hipocampo estar querendo a atenção de Poseidon. - Huuum… Ele andou negligenciando os hipocampos? - Mais água na cara. Outro não. - Ele deixou a poluição da água aumentar? - Outra esguichada na cara. Mary começou a ficar impaciente e, por um momento, pensou em começar a travar uma luta com o hipocampo e levá-lo à força até o acampamento.

Mary buscou na memória o que sabia sobre hipocampos. Conhecimento estava longe de ser o seu forte, mas hipocampos são até que criaturas bem conhecidas. O que ela sabia sobre eles? Bem, eram cavalos peixes que puxavam a carruagem de Poseidon. Poderia ser isso? - Você quer puxar a carruagem de Poseidon? - Ela perguntou com bastante incerteza na voz. O hipocampo afundou no mar e, segundos depois, pulou para fora dele como se fosse um golfinho. Pela primeira vez, Mary pode ver com clareza a cauda do animal, era colorida com todas as cores, como se fosse uma pintura do arco-íris sobre a água. O hipocampo deu outros dois saltos felizes, então voltou a ficar apenas com a parte de cima do corpo para fora, olhando para a garota. Então… Era sobre isso, era sobre a carruagem de Poseidon. Aquela criatura não estava brava com o senhor dos mares, ela queria chamar a atenção dele porque queria um trabalho considerado honrado. Não se fazem mais bons baderneiros. Pensou Mary. De certa forma, quando recebeu a missão, ela tinha se identificado com um hipocampo fazendo baderna, querendo chamar atenção por causar incômodos. Porém, agora, essa identificação tinha se quebrado, porque aquele hipocampo não estava puto com os deuses como ela estava, ele apenas queria uma chance de se provar merecedor de um lugar no que, quem sabe, poderia ser considerado o "alto escalão dos hipocampos”. Ela suspirou e olhou para o horizonte, se sentindo sozinha, embora houvesse um hipocampo olhando para ela, esperando pelo restante da conversa.

- Olha, aqui não é lugar certo para você chamar a atenção de Poseidon. - Mary falou ao hipocampo. Parando para pensar, era estranho conversar com uma criatura, mas ela sabia plenamente que os animais podem conversar e entender coisas, ainda mais os que são seres mitológicos. Aprendeu isso observando os sátiros no acampamento. - Vou te dar alguns créditos, encher o saco dos mortais pode mesmo preocupar os deuses, mas eles só vão mandar intermediários se livrar de você. - Ela disse e, por um momento, poderia jurar que viu uma expressão de frustração no cavalo. - Porém, se você começar a fazer a sua baderna na praia do Acampamento Meio-Sangue, aí as coisas podem mudar um pouco… Você vai estar incomodando filhos dos deuses que podem acabar incomodando os seus pais por estar sendo incomodados. Outra coisa, Héstia é a diretora, ela é uma deusa, ela pode muito bem convocar Poseidon para resolver o “problema”. - Mary poderia simplesmente falar “Poseidon me falou que vai te buscar se eu te levar para o acampamento”, mas aquela criatura parecia orgulhosa demais. Ela queria que o mérito fosse dela. Mary não sabia exatamente como funciona a escolha dos hipocampos que puxam a carruagem de Poseidon, mas ela sabia um pouco sobre a busca por reconhecimento. Você não quer caridade. - O que acha? Na praia do acampamento, a sua baderna será bem melhor ouvida, encharque todos os campistas que se aproximarem e eu garanto que Poseidon virá ao seu encontro. - Okay, Mary não podia negar que seria divertido ficar de tocaia na floresta perto da praia, observando algum colega campista indo fazer algo por ali e levar um banho não intencional. E se algum instrutor fosse dar uma aula por lá, então? Nossa, Mary levaria outro banho só para participar dessa aula e ver todos encharcados.

Alguns segundos depois, o hipocampo deu um novo salto. Era um sim. - Se importaria de me dar uma carona? Eu também tenho que ir até o acampamento. - Um jato de água foi lançado na direção de Mary, bem ao seu lado, sem atingi-la. Isso também era um sim, só menos entusiasmado. - Você tem um nome? Eu poderia dar um? - Outro jato de água que não acertou Mary. - Okay… Vamos ver um nome. - Ela começou a pensar numa lista de nomes, mas então se lembrou que nem sabia se aquele hipocampo era, de fato, macho. - Você é macho? - Ela perguntou e recebeu o maior banho até então. Tudo bem, isso era um gigantesco não. Era uma hipocampo, uma fêmea, e uma fêmea que tinha muito orgulho de seu gênero. Agora, buscando nomes femininos, Mary ficou olhando para a criatura e percebeu que o nome perfeito estava estampado naquelas escamas que brilhavam como estrelas no céu. - Que tal Estrela? - O cavalo, ou melhor, a égua, relinchou e balançou a sua crina em forma de barbatana. Ela parecia muito contente em ter um nome, orgulhosa, “se achando”. Mary percebeu, naquele momento, que hipocampos não costumam ser nomeados. Será que os hipocampos que puxam a carruagem de Poseidon possuem nomes? Era por isso que aquela hipocampo gostaria de puxar a carruagem? Mary não iria começar um novo diálogo para descobrir isso, já bastava o fato de que iria tomar um novo banho por cavalgar na hipocampo até o acampamento. - Então… Vamos. - Mary pulou na água do mar e agarrou-se à criatura. Desse jeito, ela retornou para o acampamento. Coney Island voltaria a ser tão entediante quanto antes, mas não poderia se dizer o mesmo da praia do acampamento até Poseidon terminar logo com as suas férias.
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Re: Coney Island

Mensagem por Mia Lynn Sparkle Sex Jul 14, 2023 10:24 pm

A Volta de Uma Traição
Missão de Serviço de Zeus - Parte 6
O lugar parecia bastante agitado, ao menos ali perto da roda gigante e da montanha russa. O píer também estava cheio, com uma música alta vinda do palco montado para shows de diversos artistas de Nova York e convidados. Aquilo me incomodava bastante, estar investigando um deus no meio de tantos mortais era complicado, ainda mais sozinha. Tudo poderia desandar num piscar de olhos, e por mais que eu fosse plenamente capaz de lidar com a situação - mesmo que perdendo, eu ainda não controlava tanto o meu temperamento. Ah, é claro que eu sei que tenho problemas com isso, que sou “esquentadinha”, mas aquela era uma missão solitária… Não queria falhar, ainda mais em algo para ele. Por isso mesmo tentei engolir o receio que vinha sentindo e fui me aproximando da multidão, não pelo píer, mas pela areia. Alguma coisa me dizia que ao lado das colunas de madeira que seguravam o píer, poderiam ter respostas para tantas das minhas perguntas. Elas tinham contato direto com a água e, bom… Talvez alguma criatura aquática estivesse por ali, para curtir o festival da sua própria maneira. Desviando dos mortais, mantive minha guarda aberta para o caso de me deparar com qualquer criatura ou movimentação diferente, e então finalmente cheguei onde queria, escorando-me em uma das colunas de madeira por um breve momento, esperando atentamente por qualquer sinal de que eu não deveria ir para debaixo do píer. Na parte em que eu estava ainda era areia, mas queria ir para mais perto de onde a água se fazia presente. Talvez o melhor a fazer realmente não fosse mergulhar, ainda mais com tanta coisa que trazia comigo.

”Filha de Zeus.” Ouvi uma voz, mas não fui capaz de enxergar seu dono, a não ser que… Arqueei a sobrancelha, olhando para a água e não exitando em começar a me aproximar, molhando parte da minha calça e sapatos enquanto ia mais para o fundo. No momento em que a água bateu em minha cintura, forcei todo o resto do corpo para baixo, mesmo de mochila, e então vi uma figura muito bonita, um dos seres que viviam no mar. ”Seus instintos estavam certos, não os ignore por conta de comentários alheios.” Ela dizia, e mesmo que eu não fosse capaz de responder, só o fato de conseguir ouvir aquilo com tanta clareza me espantou. O que isso queria dizer? ”Faça as coisas de acordo com o que o seu coração e sua natureza te pedem para fazer. Siga o caminho que você sente que deve seguir.” Balancei a cabeça de maneira positiva, embora estranhasse aquele conselho. Talvez fosse o sal da água nos meus olhos ou a falta de oxigênio entrando e saindo, mas eu ainda não havia conseguido compreender. Mesmo assim, ela não disse mais nada, apenas se despediu e seguiu seu caminho. Já eu, retornei para a superfície e saí totalmente da água, molhada e sem nenhuma solução. Quando dei por mim, porém, olhei para a areia fofa da praia, longe da multidão, e vi uma águia que parecia estar olhando direto para mim. Suspirei. Dentro de mim, a corrente elétrica que eu costumeiramente era capaz de sentir, se aflorou… Aquele era ele, só podia ser. Era um recado, afinal de contas, e então eu entendi o que a criatura havia acabado de dizer: meu instinto nunca foi ir atrás de Poseidon, eu apenas embarquei nas ideias dos outros quando, na verdade, eu poderia estar no caminho certo por mim mesma. — Obrigada. — Falei na direção da águia, mas também falei para a criatura na água.
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