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Brooklyn Brewery

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Brooklyn Brewery

Mensagem por Oráculo de Delfos Dom Out 09, 2022 12:10 am

Brooklin Brewery
⁘ Nova York ⁘
Localizada em Williamsburg, no Brooklyn, a cervejaria é um dos pontos de encontros mais disputados da região, em qualquer época do ano. Fundada em 1988 por Steve Hindy e Tom Potter, a Brooklyn Brewery está hoje entre as atrações mais frequentadas do burgo nova-iorquino. Fica em uma região que passou por revitalização recente e mudou as características de predominantemente industrial para um bairro frequentado por jovens, cheio de lojas e restaurantes e coisas para fazer. Não importa a época do ano ou as condições climáticas, a cervejaria está sempre muito movimentada de moradores e turistas.

Aberta todos os dias para visitação gratuita, a cervejaria exige documento oficial na entrada, pois menores de 21 anos não podem entrar sem estarem acompanhados por um adulto responsável. Por ser um point muito movimentado, é comum encontrar uma fila do lado de fora do estabelecimento, mas o tempo de espera geralmente é curto. No seu interior, a cervejaria é decorada com grafites e artes urbanas, além de manter a estrutura industrial do bairro no qual foi fundada. Possui mesas compartilhadas, balcões para apoiar a bebida e espaços para sentar espalhados por todo salão. Não há nenhum tipo de comida à venda no local, portanto a cervejaria permite que os clientes levem seus próprios aperitivos.

Um dos grandes atrativos da Brooklyn Brewery é o tour gratuito para conhecer o processo de fabricação da cerveja. O passeio guiado apresenta toda a estrutura, com curiosidades e informações sobre a história da cervejaria. Os tours são realizados apenas aos finais de semana, em horários sequenciais e limitados a 40 pessoas por turma. Ao entrar na cervejaria, o segurança pergunta se quer participar do tour guiado e entrega um papel com o próximo horário disponível. Se estiver afim de conhecer a cervejaria por dentro, é só aguardar o horário previsto e aproveitar a experiência.

Copo de Cerveja: $8

Horários do tour gratuito:
Sábados: 30 em 30 minutos das 12h30 às 18h.
Domingos: 30 em 30 minutos das 13h às 16h.
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Re: Brooklyn Brewery

Mensagem por Ivanna Klaasje Qui Jun 15, 2023 11:53 pm

13:48
Casa dos devotos de Hera

S13P02
Vingança e Perdão
O
s devotos de Hera tinham uma casa bonita. Tinha dois andares e um gramado bem extenso, que continha duas árvores ao seu redor e mais algumas plantas menores decorativas. Pobres não eram. Ivanna foi até a porta e bateu na madeira. Um minuto depois, vários barulhos de trancas foram ouvidos e a porta se abriu numa pequena fresta, revelando o olho de uma mulher perguntando quem era Ivanna. - Meu nome é Ivanna Klaasje, eu sou uma semideusa. - Considerando que o que Hera tinha falado sobre a família, que eles eram descendentes de semideuses e tinham se mantidos devotos de Hera mesmo com o passar das gerações, ela não viu problema em ser honesta com o que realmente era, ainda que, por acaso, estivesse diante de mortais. - Eu vim a mando de Hera. - O olho da mulher se arregalou. Ela estava esperando por ajuda da deusa, ficou claro. Porém, ela não abriu a porta, ao contrário disso, o olho dela virou-se para uma outra direção. Por um momento, Ivanna não entendeu, então ela percebeu que a mulher queria saber quem era a outra garota que estava com ela. Claro, Mia… Atrapalhando a missão alheia porque é entrona demais. Ah… Filhos de Zeus… - Essa é a Mia Sparkle. - Ivanna falou antes que a outra inventasse de se apresentar. Aquela missão era de Ivanna, ela iria falar. - Ela veio fazer a missão de proteger vocês comigo. - Não foi isso que Mia tinha falado? Que faria a missão com Ivanna? Bom, agora ela sabia o que era a missão, era proteger aquela família. A dona da casa fechou a porta por uns segundos, houve mais barulhos de trancas e então a porta foi aberta completamente, permitindo a entrada das duas. Ivanna viu-se diante de uma sala requintada, eles realmente não eram pobres. Na sala, sentados lado a lado num sofá, todos com feições apreensivas, estavam dois homens, outra mulher e um bebê. Numa breve apresentação, Ivanna aprendeu que um dos homens era o marido daquela que abriu a porta, eles eram mesmo os donos da casa. O segundo homem era filho deste casal, a segunda mulher era a esposa deste e o bebê, por sua vez, filho do último casal. Resumindo: havia três gerações da mesma família ali. Outra coisa que chamou atenção foi um belo altar para Hera rente a uma das paredes. Era impossível não notar, tinha uma estátua da deusa vestindo um vestido real (feito mesmo de tecido) que lembrava as penas de um pavão e também várias flores de lótus ao redor da estátua.

- Vocês teriam alguma ideia do que está vindo? - Ivanna perguntou à família enquanto a matriarca se ocupava fechando todas as inúmeras trancas da porta. Os membros da família se olharam, mas eles não sabiam dizer o que estava vindo até eles, apenas estavam recebendo ameaças em seus sonhos, eles sabiam que não eram meros sonhos. Ivanna, então, virou-se para Mia. - Vamos nos dividir entre as janelas e ficar observando. - Ivanna não esperou se Mia concordava ou não com o plano, novamente, a missão era dela. Ela ficou em frente a uma das janelas da frente da casa, olhando o lado de fora através de uma fresta na cortina. Tudo parecia… Muito normal. Lá fora, na estrada, carros e motos passavam, fazendo seu barulho corriqueiro… Porém, nada de estranho, nada de monstros parecendo surgir. Foi quando um alto barulho de moto invadiu os ouvidos da garota, como se numa estrada distante alguém estivesse disputando um racha de duas rodas. Um minuto depois disso, uma voz atrás de Ivanna falou… Uma voz que ela conhecia muito bem. - Como se algumas trancas fossem me conter. Por favor. - Ivanna rapidamente virou-se de costas com o arco empunhado na direção do deus dono daquela voz. Lá estava ele, como ela o reconheceu somente ao ouví-lo, as calças negras, o casaco de couro, os óculos escuros em tom avermelhado que escondiam órbitas oculares explodindo parecendo pequenas bombas atômicas… O pior deus de todos. Ares. - Ares! - Ivanna disse, mas logo ao lado dele, Mia chamou-o de Deimos. - O que? - Ela olhou para a filha de Zeus. Estaria Mia biruta? Deimos até podia ser um pouco parecido com Ares, até porque, eles eram pai e filho, mas dava para diferenciá-los e Ivanna sabia perfeitamente que o deus que estava a sua frente era Ares. - Então são eles que vocês enxergam? - Ares falou dando uma risadinha. - Devo dizer que não são mesmo os mais queridos. Vocês não são as primeiras com quem converso a vê-los. - Continuou o deus. Aquelas palavras realmente não pareciam palavras de Ares… E o que era toda aquela história de "enxergar eles”? Estava tudo muito confuso, mas Ivanna tinha uma missão a cumprir. - O que você quer aqui? - Ela perguntou. O deus, novamente, deu risada. - O que eu quero? Garota, você é mesmo atrevida. - O deus tirou um chicote da lateral de sua cintura e bradou na direção de Ivanna. O movimento dele foi tão rápido e o golpe tão forte que ela voou para trás, sem ter chances de se defender. Ela bateu as costas contra a janela e caiu sentada. - Eu quero apenas um acerto de contas. - Disse Ares tranquilamente, olhando em direção a família, todos muito amedrontados para sequer falarem alguma coisa.

Ivanna ficou um pouco tonteada, mas quando voltou a prestar atenção no ambiente normalmente, ela ficou pasma ao ver Mia batalhando com Ares, quer dizer… Ela ainda o tratava como se fosse Deimos ou algo vindo de Deimos. Seja o que fosse, Ivanna viu uma boa janela nisso, o deus parecia estar ocupado com a filha de Zeus para prestar atenção na outra que tinha caído sentada no chão. Ela mirou o arco na direção da luta entre Mia e Ares, mirou com cuidado para acertar o deus e atirou. A flecha prateada de KynRo (apelido para Dóro Kynigoú) voou na direção do deus e… Foi pega pela mão dele, enquanto ao mesmo tempo ele fazia um golpe de Mia voltar contra ela mesma como se fosse uma espécie de “payback”. Assim, o deus afastou Mia e jogou a flecha de Ivanna para trás como se fosse lixo. - Não dá para derrotar o deus da guerra com guerra. - Ivanna advertiu Mia, que por sua vez, falou que aquele não era Ares, era Deimos ou algum lacaio dele disfarçado, por causa de todo aquele negócio de “enxergar tal deus”. - Eu já estive com Deimos também, acha que eu não reconheceria se olhasse na cara daquele idiota? - Ela disse. Mia estava para replicar quando Ares voltou a falar. - Espera… Existe tensão entre vocês duas. - Ele observou. As duas voltaram o olhar para o deus. - Interessante. - Ele disse, começando a andar devagar pela sala, considerando que tinha acabado de demonstrar que Mia e Ivanna estavam bem longe de conseguir sequer fazer um arranhão nele. - Eu vim a esta casa para roubar este bebê. - Neste momento, foi impossível não houver suspiros dos familiares citados. O pai e mãe do bebê, inclusive, abraçaram com mais força a criança. - É tudo culpa de Hera, não olhem para mim desse jeito. - O deus brandiu o chicote na direção dos pais do bebê, açoitando-os de forma que não conseguissem segurar a criança. O bebê caiu do colo de seus pais, mas antes de alcançar o chão, o deus pegou-o em seus braços. A mãe tentou pegar seu bebê novamente num ato completamente impulsivo, mas terminou chicoteada outra vez, um corte sendo aberto profundamente em um de seus braços. O restante da família, por sua vez, tornou a olhar para as semideusas. Elas eram a esperança deles. - Há muito tempo atrás, eu tive um filho. - Disse o deus. - Um lindo menino que, pouco depois de eu conceber, foi tirado de seu pai. - Enquanto falava, a aparência de Ares começou a mudar. Ivanna forçou os olhos, querendo ver se ela estava vendo certo. - O pai da criança ficou transtornado, enlouqueceu… Se matou por isso. - Ares não era mais Ares, tinha se tornado uma mulher usando calças negras, uma jaqueta despojada vermelha e tinha cabelos encaracolados negros cortados ao estilo chanel. Ela usava botas que lembraram coturnos nos pés e tinha expressões duras. Ivanna nunca tinha visto aquela mulher antes. - Neste mundo, aqui se faz aqui se paga. É apenas uma questão de justiça… Vingança. Chame como quiser… E é claro que eu, Nêmesis, jamais deixaria o que aconteceu com o pai de um dos meus filhos tornar-se um ato impune. Hera roubou o meu filho, infelizmente eu não posso roubar um filho dela dada a sua fidelidade, mas eu posso roubar o filho de seus maiores devotos. - Nêmesis aninhou o bebê no colo como se não fosse devolvê-lo. Agora tudo fazia sentido, os golpes com o chicote e até a forma como ela afastou Mia, como se ela estivesse fazendo a outra provar de seu próprio veneno. Aquela era a deusa da vingança… E elas não tinham conseguido fazer um arranhão nela porque achavam que estavam lutando com outros deuses… Os deuses que elas mais queriam algum tipo de vingança.

- Contudo, estou disposta a liberar este bebê e esta família. Basta realizarmos um acordo. - Disse Nêmesis. Ivanna, que já estava a tempo demais sentada no chão, levantou-se com o arco empunhado, alerta. Um acordo de um deus? Boa coisa não poderia ser. - Muitos me veem apenas como a deusa da vingança, mas na verdade, sou a deusa que mantém o equilíbrio. Não existe luz sem trevas, não existe bom sem o mau, não existe ganho sem dor… Tão pouco existe a vingança sem o perdão. - O jeito que ela falava isso era rígido, como se todos os seres do universo, humanos ou não, devessem ter conhecimento dessa lei universal. - Eu me alimento muito mais por um equilíbrio mantido do que por uma vingança realizada. E vocês duas… Me parecem um bom equilíbrio. - Nêmesis, então, virou para Ivanna. - Sei que Hera também lhe fez mal. Fez com que você transformasse a sua própria tia em um pavão. Também sei que, como retribuição, você gostaria de salvá-la do destino que foi obrigada a impôr, porém, a filha de Zeus que hoje andou ao seu lado já fez isso. Ela teve uma missão onde salvou Harriet. Ela tirou a sua redenção de você. - Na mesma hora, o olhar de Ivanna deixou Nêmesis e foi para Mia, que parecia também estar absorvendo aquelas informações. Aquela garota tinha feito aquilo? Salvou Harriet? Porque tinha que ter sido logo ela? Aliás, porque agora tudo era sobre ela? Parece que quando se vira filho de Zeus, tudo gira ao seu redor! Ivanna segurou fortemente o arco em suas mãos e, quando reparou, já estava com ele apontado para Mia. Possivelmente, era a influência de Nêmesis agindo sobre ela. Mia tinha roubado algo que Ivanna queria muito fazer… E mesmo que ela não fosse culpada, porque sequer sabia a respeito, a raiva e a dor de ter sua chance roubada por ela estava ali, pulsando nela e entrando em uma estranha sintonia com a deusa que estava naquela sala. Ivanna queria pelo menos apontar a sua arma contra aquela garota. Queria pelo menos deixar claro o quanto ela estava arrasada com isso, o quanto estava detestando alguém ter roubado a sua chance e ter sido logo ela, logo Mia! Alguém que, desde que se conheceram, já perceberam que não se dariam muito bem. Era só… Uma grande palhaçada do universo. Nêmesis, então, virou-se para Mia. - E você, sabia que Ivanna pensou em matar os filhos de Harmonia na caverna com Fobos e Deimos porque assim os planos deles seriam frustrados? Ela nem pretendia contar isso a vocês, caso tivesse que fazer. - Os olhos de Ivanna voltaram para Nêmesis. Como ousa? Ela pensou. Ivanna tinha mesmo pensamentos não muito morais, mas eram… Pensamentos! Não eram para ser espalhados por aí! Seu olhar, então, foi para Mia, que estava soltando indignações a respeito. - Era o mais lógico a ser feito! - Ivanna tratou de se defender. - Duas crianças em troca de evitar uma terceira guerra mundial não me parece uma troca tão injusta. Nós nem sequer tínhamos tempo para pensar antes do papai da vossa alteza aparecer para salvar a pátria. Nem todos podem contar com rei dos deuses nem ser o centro das atenções! - Ela esbravejou. Diferente de Mia, nem todos os deuses reclamam os seus filhos fazendo raios dizimar um exército de monstros. Era quase como se Zeus estivesse conspirando para a sua filhinha ser bem sucedida na missão. O que Atena já tinha feito por Ivanna? Ah sim, fez ela ir numa missão, matar uma gárgula que não merecia a morte, quase morrer no processo, fora reviver vários traumas. Mãe do ano. Sim, no fundo, Ivanna sentia inveja. Aquela garota à sua frente parecia a miss corretinha… Enquanto Ivanna só ficava com as missões moralmente questionáveis e com as escolhas complicadas.

- Vocês terão todo o tempo do mundo para continuar com a rixa de vocês. Vou me assegurar disso… E desse jeito vocês alimentarão o meu poder. - Ivanna acabou voltando todo o corpo para Nêmesis, incluindo o arco e flecha. Quem aquela deusa pensava que era para dizer o que Ivanna iria ou não fazer? - Aqui vai o meu acordo. Para eu liberar este bebê e sua família da minha perseguição, Ivanna, você deve jurar vingança contra Mia pelo que ela tirou de você. Quanto a você Mia, deve jurar perdoar tudo aquilo que Ivanna fizer contra você ao longo do tempo. Juro pelo Rio Estige que cumprirei com meus termos, contanto que vocês cumpram os seus. - Ivanna percebeu a seriedade do acordo quando Nêmesis fez o juramento pelo Rio Estige, mas não podia negar que era um acordo muito estranho. Não existe vingança sem o perdão. Em sua mente, a garota repetiu o dizer anterior de Nêmesis. Ao invés de vingar-se da família devota a Hera, ela estava propondo um acordo onde ela sairia ganhando. Ivanna contra Mia, vingança e perdão por sabe-se lá quanto tempo que esse juramento durasse. Eu me alimento muito mais por um equilíbrio mantido do que por uma vingança realizada. A ideia de alimentar uma deusa irritou Ivanna, porém, ela não podia negar que, internamente, queria muito lutar contra Mia. Parte da filha de Atena realmente queria se vingar. Era uma vingança muito boba… Vingar-se de alguém que nem sequer soube o que fez para a pessoa que se sentiu ofendida… Porém, Nêmesis tinha lhe dado uma ótima desculpa. Salvar uma criança, salvar uma família, cumprir sua missão. Nisso, Ivanna ganharia a obrigação de ter que vingar-se de Mia de alguma forma. Elas seriam inimigas declaradas, pelo menos da parte de Ivanna. São poucas às vezes que Ivanna toma atitude impensadas, mas ela impulsivamente falou. - Juro pelo Rio Estige me vingar de Mia Sparkle pelo que ela tirou de mim. - Ivanna fez o juramento e, no mesmo segundo, sentiu o peso dele sobre seus ombros. Não tinha como voltar atrás agora. Como se fosse incentivada pelas palavras de Ivanna, Mia também fez seu juramento, jurou perdoar Ivanna pelo que ela fizesse. Porque ela continua com essa pinta de nobre boazinha? Ivanna pensou e revirou os olhos. - Muito bem meninas. Muito bem. Saibam que meus olhos estarão sempre observando o progresso de vocês. - Nêmesis sorriu e respirou profundamente, como se estivesse tomando para si um ar de vitalidade. - Tome seu bebê. - A deusa disse, entregando o bebê para o pai da criança, já que a mãe ainda sangrava pelo ferimento do braço. - Nos veremos novamente, Ivanna Klaasje e Mia Sparkle. Que a vingança e o perdão sempre andem lado a lado. - A deusa, então, caminhou até o lado de fora da casa, abrindo-a metendo um pé na porta que trancas nenhuma conseguiram segurar. Lá, ela subiu em cima de uma estranha moto cujas rodas eram… Apenas meias-rodas. A moto parecia ter brotado no jardim da família. Assim, a deusa foi embora, o som de uma moto fazendo raxa soando novamente. Agora Ivanna sabia o som característico da motocicleta de Nêmesis.

Depois de um cinco minutos de pura tensão, tanto da família quanto de Mia e Ivanna, a mãe do bebê finalmente quebrou o silêncio. - Obrigada pelo que fizeram. Vocês salvaram o meu filho! - O olhar de Ivanna não deixou o de Mia. Elas se encaravam como se, a qualquer momento, pudessem começar uma luta ali e agora. - Deveriamos fazer uma oferenda para Hera. - Sugeriu a mulher, notando a tensão existente. - Comunicar que estamos seguros. - Aquilo trouxe Ivanna de volta a realidade da missão. De fato, seria prudente fazer uma oferenda a deusa Hera e informar que a missão foi cumprida, a família estava segura, ninguém tinha sido morto ou roubado, e Nêmesis ficaria longe por conta do juramento. - É uma boa ideia, vamos fazer. - Na mesma hora, todos da família começaram a se mobilizar para a oferenda. Eles deveriam fazer aquilo muitas vezes por semana, pois tinham muita prática na tarefa de cada um. Uma das mulheres foi até a cozinha buscar alimentos para oferenda, enquanto seu marido foi em busca de uma cumbuca, enchendo-a de pedaços de madeira e acendendo uma pequena fogueira. A matriarca arrumou tudo no altar enquanto o patriarca cuidava do neto. Quando tudo estava arrumado, todos se reuniram em volta do altar e deram as mãos, incluindo Ivanna e Mia como se as duas fossem também membros daquela família. - Deusa Hera, aceite a nossa oferenda. Somos seus eternos devotos, uma perfeita família… - Começou a entoar a mulher, mas Ivanna parou de ouvir e começou com suas próprias preces mentais. Hera, sua grande família perfeita está salva. Havia um tom de ironia no seu pensamento. Nêmesis fez um juramento, não irá mais incomodá-los. A missão está cumprida. Em seguida, a garota aguardou que a prece geral terminasse para despedir-se da família e sair da casa. Já não aguentava ficar mais ali, naquele clima de família perfeita. Ivanna tinha tudo, menos uma família perfeita, era um pouco nauseante. Não que ela não fosse agradecida por Daryl, era muito, mesmo assim, não mudava o fato de que ela tinha sido abandonada na porta da casa dele. Do lado de fora, Ivanna encarou Mia praticamente peitando ela. - Satisfeita em ter vindo? - Ivanna perguntou com um certo rancor na voz. - Você ganhou uma inimiga de graça por meter o nariz onde não é chamada. - Sim, Ivanna estava irritada em como as coisas se desdobraram. De certa forma, agora ela estava ligada com aquela garota, mesmo que fosse de um jeito vingativo. - Então vou te dar um conselho… Não cruze mais o meu caminho… Porque agora eu tenho que me vingar de você. Ao menos, tente não facilitar para mim. - Contraintuitivo Ivanna dizer isso, mas era como se ela tivesse dando cinco minutos de vantagem para Mia antes de começar a caçá-la. Era para as coisas serem justas. Após falar isso, ela deu as costas para a filha de Zeus e seguiu o seu caminho de volta ao Acampamento Meio-Sangue.
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Re: Brooklyn Brewery

Mensagem por Mia Lynn Sparkle Qui Jun 15, 2023 11:58 pm

Aventura Livre - Hera - 2
Ivanna e eu não queríamos ter que nos comunicar uma com a outra. Chegava a ser engraçado, aliás, principalmente porque toda essa ideia de segui-la e fazer a missão com ela foi minha, e eu tinha a ligeira sensação de que me arrependeria em algum momento, mas não conseguia confiar na garota. Passando os olhos pela casa, pude observar o quão prósperos os moradores eram. Não sabia de quem se tratavam, Ivanna não compartilhava detalhes, mas ao julgar pelas árvores bem cuidadas e um largo gramado recém aparado ao redor de uma casa de dois andares, era notável que possuíam algum favorecimento dos deuses. Principalmente prestando atenção nas casas ao redor, aquela com certeza chamava mais atenção por conta da aparência bem cuidada. — Quem mora ai? — Resolvi perguntar para a antipática filha de Atena, que como uma boa antipática, simplesmente ignorou e fingiu que eu sequer falava com ela. Revirei os olhos, irritada com aquele comportamento de quem se sentia melhor do que os outros. Bufei, fazendo meus lábios vibrarem e fazerem aquele barulhinho de “brrr”, até que vi Ivanna bater na porta, quando uma mulher apareceu, ou melhor, o olho dela apareceu, enquanto eu presumi que sua boca perguntava quem ela era. Cruzei os braços, olhando em volta para ter certeza que nada fosse nos atacar pelas costas, enquanto a garota se apresentava, me fazendo arquear uma sobrancelha quando disse ser uma semideusa. Assim, tão fácil? No entanto, quando ela mencionou ter vindo a mando de Hera, eu simplesmente me virei para ela de volta, encarando-a sem nenhuma expressão característica. Não estava surpresa por aquilo, mas sentia um comichão começar a surgir. Sequer tive tempo de falar qualquer coisa, Ivanna também acabou falando quem eu era e depois… bom, depois ela disse que eu havia ido com ela para juntas fazermos a missão de proteger aquela família. Ri, indignada. — É mais fácil proteger as famílias de Hera do quê por ela. — Comentei quase como um sussurro, revirando os olhos.

No fim das contas a mulher deixou que entrássemos, e eu evitei olhar muito nos olhos dela ou da própria Ivanna. Havia algo que eu não estava gostando, mas não sabia dizer ao certo o que era. Mas de uma coisa, eu sabia… Fazer uma missão para Hera não estava nos meus planos, não mesmo. Quando entramos, foi praticamente impossível não reparar no nível de requinte daquele local, o bom gosto na seleção da decoração e dos móveis. Mas quando fui passando os olhos pela casa, avistei algumas pessoas na sala, sentadas no sofá. Uma família perfeita. A forma como eles nos olhavam não era das mais hospitaleiras, pareciam verdadeiramente assustados e preocupados com alguma coisa. Observei o bebê no colo de uma mulher, e a forma como ela o segurava me fez pensar sobre a possibilidade da criança ser como Ivanna ou como eu. Sabe, um semideus. Seria possível? Por que Hera iria querer proteger aquela família? Era um inferno não ter informações precisas, e eu sinceramente tinha me cansado do comportamento de Ivanna. No entanto, a resposta que eu buscava apareceu diante de mim no momento em que me virei, olhando para os cantos de uma parede. Foi praticamente impossível não olhar aquilo com desdém. Eles eram devotos de Hera? Só podia ser brincadeira com a minha cara. O que poderia acontecer se eu simplesmente falasse de quem sou filha? Ficariam chocados, ou tentariam acabar comigo para tentar alegrar sua deusa guardiã? Revirei os olhos uma vez mais, voltando minha atenção para a pergunta de Ivanna, que queria saber se eles tinham noção do que estava vindo até aquela família, mas ninguém sabia dizer exatamente o quê era, apenas que as ameaças que recebiam vinham por meio de sonhos. — Nada bizarro, imagina. — Declarou, mas novamente fez isso mais para si do que para o restante das pessoas ali, embora não se importasse realmente que alguém escutasse. Então, Ivanna mencionou que nos dividiríamos entre as janelas para observar o que quer que estivesse vindo e eu apenas assenti. Concordava com aquilo, afinal.

Tirei minha espada da bainha localizada em minhas costas, onde eu atualmente guardava aquela espada, e caminhei até uma das janelas, montando guarda ali ao mesmo tempo que vez ou outra buscava olhar os de dentro. Se tinha uma coisa que eu não confiava, era em devotos de Hera ou na própria deusa. Ela poderia muito bem estar querendo fazer alguma armadilha. No entanto, enquanto eu olhava para o lado de fora, algo no lado de dentro fez com todos os pelos do meu corpo se eriçarem e meus ossos ficassem gelados. Eu podia até mesmo sentir a força da minha respiração, que ficou mais forte só por conta daquela voz. — Deimos. — Ao mesmo tempo em que considerei aquilo, ouvi Ivanna chamá-lo de Ares. Olhei para ela de relance, achando aquilo absurdo. Como ela não conseguiria reconhecer alguém que há nem tanto tempo havia ameaçado nossas vidas? Deimos falava em terceira pessoa, como um narrador de sua própria história, visto que perguntava se era esses “deuses” que nós enxergamos. — Eu nunca esqueço um pretendente. — Falei com desdém. Havia raiva na minha fala, como se a mera lembrança de tudo o que aquele maldito aprontou, somado ao pedido de casamento por interesse, me deixasse fervendo. A eletricidade passava pelos meus olhos, e agora eu era capaz de sentir isso dentro de mim, a corrente elétrica provinda de quem eu era filha. Ivanna perguntou o que ele queria aqui, mas ao invés de ele dar uma resposta decente, puxou um chicote da lateral da cintura e atingiu Ivanna com ele, fazendo com que ela voasse para trás. Me coloquei entre os dois, com a espada em mãos e parti para cima, tentando deferir um golpe no infeliz, mas Deimos simplesmente desviou, usando seu chicote para isso. Ele dizia que queria um acerto de contas e eu rosnei. — Eu também quero isso, seu miserável. Eu lutei contra o seu pai, posso muito bem enfrentá-lo. Não tenho medo dos seus joguinhos. — Despejei em cima de Deimos, que me olhava com uma expressão curiosa, dizendo que havia raiva em mim, um desejo de vingança que ele apreciava. Bufei.

Quando voltei a investir contra ele, erguendo a espada para o alto, vi a flecha de Ivanna sendo lançada através da minha visão periférica. — Cuidado onde atira, garota. — Bradei, dando impulso para descer a espada sobre a lateral de seu tronco quando sinto o ricochete, parando longe dele e com minha espada só não caindo no chão porque eu a segurava com firmeza. — Deimos, seu desgraçado. — Àquela altura, eu estava pouco me lixando para a missão que Ivanna tinha, eu só queria acabar com aquele maldito, então voltei para perto dele, mas antes de eu pensar em atacar, Ivanna mencionou que eu não poderia derrotar o deus da guerra com a guerra. — Ah, cara. Pra filha da deusa da sabedoria você é burra ou o quê? Ele é DEIMOS, ou qualquer um de seus temores idiotas disfarçado dele, mas defi… — Deimos me cortou, mencionando haver tensão entre nós duas e, então, depois de ficar fazendo hora, mencionou sobre ter vindo até a casa para roubar o bebê. Meu estômago revirou. Culpa de Hera… Por mais maldita que essa mulher seja, ela só era uma corna mansa e Deimos tinha a mania de culpar todos do Olimpo pelas merdas dele, portanto, eu apenas ignorei aquele comentário. O problema mesmo veio em seguida, com o chicote estalando nos pais da criança, que por um triz não caiu no chão, sendo amparado por Deimos. Teria sido assim que ele conseguiu sequestrar os filhos de Harmonia? Dei um pulo ao ouvir o barulho do chicote novamente, dessa vez na mãe da criança. — Para com isso. — Rosnei. Eu não era a melhor pessoa para tratar deuses como tal quando eu ficava brava. E então ele começou a revelar que teve um filho e que essa criança foi tirada de seu pai, que transtornado, cometeu suicídio. Enquanto dizia isso, no entanto, Deimos começou a ter sua aparência alterada, e então, de repente, passei a enxergar um corpo feminino em roupas de couro, calça preta e jaqueta vermelha. Seus cabelos eram curtos, um chanel encaracolado. Deixei um suspiro surpreso escapar, enquanto ao mesmo tempo eu a encarava escutando todo aquele discurso de equilíbrio e vingança. Nêmesis, esse era seu nome. A deusa da vingança. Então isso significava que… Era óbvio, Deimos era aquele de quem eu mais queria me vingar, enquanto Ivanna tinha alguma coisa com Ares.

Apertei minhas mãos no cabo da espada, encarando-a enquanto dizia estar disposta a fazer um acordo. Só podia ser brincadeira que faríamos qualquer acordo com a deusa da vingança, né? Mas ela dizia que também era a deusa do equilíbrio, e o que via em Ivanna e em mim era isso, um perfeito equilíbrio. Gargalhei com aquilo, não pude evitar ou me conter sobre aquilo. Parecia uma piada de mau gosto. E então, meus olhos se viraram para Ivanna enquanto Nêmesis revelava o segredo: ela quem havia transformado Harriet em um pavão, a mesma mulher que Zeus me fez salvar, a mesma mulher que era tia do primo de Ivanna, que, agora, também era revelado como meu meio-irmão. Ivanna era a culpada por aquilo. Eu sabia que ela não era confiável, sempre soube disso, mas naquele momento eu estava em choque. Como ela pôde? Não interessa o que Hera faria com ela, ela simplesmente não podia agir daquela maneira. Ivanna agora mirava sua flecha para mim e eu apenas ri em escárnio. — Você não vai querer me testar, garota. — Falei. E então, continuando com sua fábula, Nêmesis contou que Ivanna havia pensado em matar os filhos de Harmonia enquanto estávamos naquela missão. — Você é mesmo uma grande filha da puta. — Bradei. Queria falar tantas coisas, mas ela foi mais rápida, usando desculpas esfarrapadas para aquelas atitudes completamente sem lógica. — Não tem lógica nenhuma tirar a vida de CRIANÇAS INOCENTES. Você é doente, Ivanna.

Eu não queria mais conversar, o meu cabelo estava ficando estático e eu sentia a energia em meu corpo. Eu poderia descarregá-la em qualquer um àquela altura, mas então Nêmesis soltou sua proposta genial. Ivanna juraria tentar se vingar de mim para sempre enquanto eu deveria jurar perdoá-la sempre que ela tivesse atitudes envolvendo essa vingança. Bufei. — Você não pode estar falando sério. — Mas Nêmesis estava, e argumentou muito bem a favor disso, mencionando todos os motivos pelos quais vingança e perdão andavam lado a lado e como esse equilíbrio iria alimentá-la, mas então eu sequer tive tempo de argumentar, Ivanna já estava fazendo seu juramento. — Ah merda… — Ela realmente era a filha de Atena mais burra que eu tinha visto. Mas não havia mais outra escolha, não é verdade? Eu não tinha mais outro caminho. — Eu, Mia Sparkle, Juro pelo Rio Estige perdoar Ivanna Kaalsje por suas ações de vingança contra mim. — E então eu senti algo, algo forte. Um laço que não poderia mais ser quebrado. Agora, os olhos de Nêmesis estariam sobre nós duas. Depois disso, ela simplesmente devolveu o bebê e… foi embora. — Que desgraçada. — Falei com tanta vontade que era realmente muito bom poder desabafar. Me mantive em silêncio depois disso, havia muito para diferir e vontade nenhuma de fazer isso. Sequer me incomodei com a oferenda feita para Hera, apenas fechei meus olhos quando nos juntamos e bradei algumas palavras em pensamento. “Aqui está, sua família fiel está salva.” Não disse nada mais, ao menos não até Ivanna resolver bancar a vingadora pra cima de mim. Disse que era para eu não me meter mais em seu caminho, porque ela iria me caçar e eu não precisava facilitar as coisas. Ri daquele discursinho imbecil. — Perdão é uma coisa interessante… Sabe, Ivanna, eu até posso estar fadada a perdoá-la, mas Dominic nunca fez um juramento. Lembre-se disso da próxima vez que tentar me ameaçar. — Disse, e simplesmente deixei a casa, fazendo questão de passar por ela, esbarrando em seu ombro com força enquanto tomava distância. Voltaria para o acampamento, e não fazia questão de estar acompanhada com ela.
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