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Ruas de São Francisco

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Ruas de São Francisco

Mensagem por Oráculo de Delfos Dom Out 09, 2022 3:06 am

Ruas de São Francisco
⁘ são francisco ⁘
Neste tópico estão todos os demais lugares de São Francisco que, por ventura, não foram representados em tópicos. Sinta-se livre para situar suas aventuras em qualquer parte da cidade.
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Re: Ruas de São Francisco

Mensagem por Láquesis Dom Nov 20, 2022 7:21 pm

A Única Coisa Não Pensada
Na manhã seguinte, munidos de seus equipamentos, Vía, Logan e Evanora foram levados até o Aeroporto JFK, no Queens, na van do acampamento, que é dirigida por Argos, o homem de olhos por todo o corpo e também sentinela do acampamento. O caminho até o aeroporto foi tranquilo e a viagem de avião chegou até o seu destino, o Aeroporto Internacional de São Francisco. Infelizmente, não pode-se dizer que a viagem de avião foi tão tranquila quanto o passeio de van por Nova York, visto que Zeus não ficou muito contente em ter crias do submundo em seus domínios. Ele não iria causar a queda do avião sem motivos (afinal, Hades não estava dando motivos para ele no dado momento), mas seu descontentamento ficou claro por conta das inúmeras turbulências que o avião sofreu durante a sua jornada de cerca de seis horas e meia. Já tinha passado do horário do almoço quando os meio-sangues se viram, enfim, nas ruas não turbulentas de São Francisco. A viagem tinha sido cansativa, mas os três sabiam que o dia deles estava apenas começando.

O endereço dado por Héstia certamente era uma vantagem rara em missões. Os meio-sangues não iriam precisar ir a procura do lugar onde gostariam de ir, apenas seguiam até o mesmo de acordo com o endereço, tendo a liderança de Logan, que estava servindo de guia para o grupo. Para uma cidade com a promessa de ser lotada de monstros, até que as coisas estavam seguindo bem, mas a primeira surpresa apareceu logo nos primeiros quinze minutos de caminhada… E certamente não era o que os três estavam esperando.

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Re: Ruas de São Francisco

Mensagem por Hera Dom Nov 20, 2022 7:23 pm

O Escorpião de Hera
Os pedestres que passavam pela rua não poderiam se importar menos com a pessoa vestindo um grande robe preto, antigo e esfarrapado, sentada em uma das calçadas das ruas de São Francisco. Apesar da aparência suja e rasgada, ao olhar com um pouco mais de atenção, era possível ver que aquele robe já havia tido seus tempos de glória. Uma peça histórica, facilmente possível de se atrelar a realeza. E um brilho dourado debaixo daqueles panos mal-tratados entregava que aquela pessoa não podia ser uma moradora de rua qualquer. Talvez para um mortal, ela não fosse de muito interesse, mas para um semideus aquela imagem seria algo a ser notada. E era o que aquela pessoa pretendia. Ela sentia a presença de três filhos de deuses se aproximarem. E esperou pacientemente até que eles estivem bem a sua frente para agarrar o braço do semideus de sexo masculino do trio. A ação fez o capuz do robe cair da cabeça da pessoa sentada ali no chão, revelando uma mulher de aparência nada condizente com o tecido maltratado que a cobria. Hera, de feições duras, um sorriso frio, com seus cabelos trançados em um coque impecável, segurava o pulso de Logan com firmeza, quase cravando as unhas em sua pele para não permitir que ele continuasse a caminhada e a ignorasse. — Olá, Logan Winchester, filho de Hades — Hera afrouxou o aperto no braço de Logan, mas não soltou o jovem. No pulso da deusa, um bracelete de ouro no formato de um escorpião era a fonte do brilho dourado que vinha debaixo do robe esfarrapado. — Olá, meninas — acrescentou para as outras semideusas, sem tirar os olhos do rosto de Logan.

Hera permaneceu sentada na calçada segurando Logan. A aura da deusa intensificava a névoa ao redor dos quatro, fazendo os demais pedestres ignorarem aquela reunião. — É de meu conhecimento que vocês foram convocados para uma missão nesta terra de monstros. Alguns deles, criações minhas — Hera ergueu uma sobrancelha, orgulhosa. — Eu vejo nobreza na tarefa de vocês. E para que nenhum Olimpiano ou mortal diga que eu odeio os frutos da depravação dos deuses, eu venho lhes oferecer um presente que será de grande ajuda em sua quest. — O bracelete no pulso de Hera cria vida diante dos semideuses. O escorpião dourado abre suas perninhas e caminha do pulso de Hera até o pulso de Logan, onde o objeto animado se ajusta e agarra o braço do garoto, voltando a sua forma inanimada logo em seguida. Só então Hera solta o braço de Logan e olha para as meninas — Espero que me perdoem, meninas, mas só tenho um destes. E Logan é um semideus de valioso uso para mim no futuro. — Ela volta a encarar o rapaz com o sorriso frio dela. — Eu estarei de olho em você, mestiço. Seja bem sucedido e terá mais do que um objeto pessoal meu. Eu posso lhe dar um trono e imortalidade. — Hera então se levanta, e ajusta o capuz do robe na cabeça. — Este bracelete é fiel a mim, e como rainha entre os deuses, ele também o protegerá em alguns momentos de perigo. Você saberá quando este momento chegar. — Hera caminhou na direção oposta da qual os semideuses vieram, ecoando uma última oração a eles — πεθάνετε ως ήρωες υπό την ευλογία μου — Uma grande explosão de luz por debaixo do robe entrega que Hera assumiu sua verdadeira forma antes de desaparecer, com sua frase ainda ecoando pelas ruas de São Francisco ”πεθάνετε ως ήρωες υπό την ευλογία μου”.

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Re: Ruas de São Francisco

Mensagem por Logan D. Winchester Sáb Nov 26, 2022 3:40 pm

Naquela noite, eu dormi feito um bebê. Eu já estava acostumado com os meus pesadelos há anos, então poucas coisas eram capazes de tirar o meu sono. Pela manhã, eu acordei descansado, disposto, pronto para o que vinha por aí. Empacotei na minha mochila algumas coisinhas que eu podia levar, como umas peças de roupa e um saquinho com bagos de romã que eu tinha ganhado de Lúcifer uma vez. Não precisaria de muito mais do que isso, eu sempre me guiei bem pelos meus instintos. Contudo, meu machado de batalha, ainda que pequeno, poderia ser de grande ajuda nessa missão.

Depois de pronto, fui até o refeitório para o café da manhã. Comi feito um rei, com direito a tudo. Enchi o pandu com o que tinha de melhor, pois sabe-se lá quando seria a minha próxima refeição decente. Ainda decidi ensacar algumas coisinhas pra caso eu sentisse fome mais tarde. Antes de deixar o acampamento, fui até o bosque cuidar de algumas coisas do meu interesse. Ao retornar, já estava tudo pronto para partir. Enfiei-me na van do acampamento, no banco do fundo, onde eu gostava de me deitar e ocupar todos os bancos da fileira. Estava custando a acreditar que eles realmente nos iriam despachar por avião até São Francisco… se é que chegássemos lá vivos, os passageiros desse voo viveriam o pior momento da vida deles.

Não deu outra. Durante seis horas e meia de viagem, o avião ameaçou cair umas dezessete vezes. Sem falar das outras turbulências, que aconteciam em minutos alternados. Os pilotos certamente iriam se aposentar nos próximos dias. Entrementes, durante a viagem, minha meio-irmã, a Mudinha, resolveu nos entreter com um dos seus pesadelos. Devo admitir que não prestei muita atenção - estava me divertindo mais com o pânico dos outros passageiros e os comissários de bordo que falhavam miseravelmente em tentar fingir que estava tudo bem -, mas as imagens que ela descrevia pareciam interessantes e definitivamente perturbadoras.

Ao deixar o Aeroporto Internacional de São Francisco, nós três parecíamos ser os únicos a sair minimamente normais - enquanto os demais passageiros e tripulação estavam em completa histeria e dando exageradas graças por estarem novamente em terra firme. — Amadores… — Rolei os olhos em desgosto. Para a minha sorte, eu tinha trazido lanchinhos do acampamento, porque em seis horas de viagem apenas tivemos amendoim e água. Foi o que deu pra servir entre as turbulências. Perdemos o almoço, quase morremos diversas vezes, mas chegamos e é agora que a coisa ficaria séria. — Vem, eu sei onde conseguir transporte pra gente. — O endereço estava nas minhas mãos e eu sabia exatamente aonde ir.

Íamos pela calçada, em direção ao ponto de ônibus ou taxi que nos levaria ao nosso destino, quando senti um puxão no meu pulso. Eu me virei na hora, com o punho pronto para acertar um soco no indivíduo que ousou me agarrar. Mas tive que me refrear quando o capuz da mulher caiu, revelando as feições da velha mendiga. Bem, não era uma mendiga… eu não tinha muita certeza de quem era, mas suas unhas estavam me perfurando o antebraço. Soube que deveria ser alguém importante ao ouvi-la dizer meu nome, acrescentando o “filho de Hades” à frase. Acabou que soltei um suspiro, aliviado. — Pelo tártaro, dona! Eu poderia ter te jogado no meio da rua! — Será que ela não tinha ideia da quantidade de assaltantes que existiam naquela cidade? Ou será que tinha? Talvez por isso que se vestiu de velha mulambenta. Quem iria querer assaltar uma mendiga? Enfim, me dispus a escutar o que ela tinha a dizer (como se tivesse escolha né -q).

Durante a conversa, onde só a mulher falou - ou melhor, deusa, pois já notava pela sua aura de poder -, pude perceber que os pedestres nos ignoravam mais do que o normal. Ela deve ter controlado a névoa. Tentei não surtar ou demonstrar muita apreensão quando um escorpião dourado saiu de debaixo do seu robe, andando pelo seu braço até o meu pulso. Só pude respirar direito quando o bicho se transformou em um bracelete, que se prendeu em mim. Nesses anos todos que passei no Acampamento Meio Sangue, ouvi diversas histórias sobre uma deusa que usava semideuses para fazer trabalhos para ela. Pelo jeito que aquela deusa falava, sobre eu ser valioso para ela no futuro, só podia ser ela: Hera; que confirmou as minhas suspeitas ao se intitular “rainha entre os deuses”. Não tive muita reação após aquele encontro, apenas tapei os olhos quando uma explosão de luz indicou que a deusa tinha assumido a sua verdadeira forma, mas então desapareceu. — O que foi isso? — Uns dizeres em grego antigo ainda ecoavam nos meus ouvidos, mas eu estava atônito demais para compreender. Chacoalhei a cabeça, tentando espantar aquele estupor momentâneo. Talvez fosse melhor já ir andando.

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Re: Ruas de São Francisco

Mensagem por Vía Mitchell Sáb Nov 26, 2022 7:36 pm

✽ Quest de Trama - pt.03 ✽
Não posso dizer que a viagem foi tranquila, mas em comparação aos demais passageiros do avião, éramos os mais passivos. Bom, nós, semideuses, já somos acostumados com esse tipo de coisa, especialmente por passarmos tantos perrengues ao decorrer da vida. Tenho a impressão de que os nossos estavam apenas começando… de toda a forma, me mantive concentrada em uma leitura comum durante a viagem, eu sempre estava lendo, e preferi me manter calma até que as primeiras pedras em nossos caminhos surgissem. E elas não demorariam para aparecer. Logan parecia entretido com seus quitutes, muito embora ele tivesse tomado um baita café da manhã antes de sairmos do Acampamento. Ele parecia mesmo uma criança em fase de crescimento… Evanora era mais silenciosa, diferente dele que falava até demais, porém chegava a ser engraçado. Inclusive, durante a viagem, a filha de Hades compartilhou conosco sobre como sua noite anterior havia sido perturbada por um sonho, ou pesadelo, contando detalhadamente como ele tinha ocorrido. Talvez aquilo fosse algo relacionado a nossa partida, porque Evanora confessou dificilmente se lembrar do que sonhava. Então, justo agora, ela teve sua noite de sono interrompida? Bom, apenas minha intuição falando mais alto. Não era algo certo, apenas uma hipótese, obviamente. Por sorte, quando pousamos ao aeroporto de São Francisco, estávamos inteiros. Ou quase isso. Considerando a situação dos demais passageiros, a nossa estava até que boazinha! E é claro que, em determinado momento, Logan tomou as rédeas da situação no quesito “eu conheço a área, me sigam”. É, não discuti com ele sobre quem guiaria quem, se ele conhecia tão bem assim a cidade, ótimo! Eu era estabanada por demais, era até mais seguro deixar uma tarefa desse tipo nas mãos de quem sabia das informações. — Espero que saiba mesmo o que está fazendo. — Digo ajeitando a alça da minha mochila, eu levava algumas coisinhas comigo, mas nada demais. Itens úteis, especialmente salgadinhos, e livros. Livros e mais livros… nunca se sabe, né? 

E assim seguimos o nosso trajeto para sabe-se lá aonde mamãe estava nos metendo. Eu esperava, de verdade, que voltássemos todos dessa pequena missão. Ou grande, eu ainda não entendia a dimensão do momento, mas aposto que descobriria logo mais… e de fato, minha intuição não falhava quando sentia algo. Caminhando nós três pela calçada, em direção ao primeiro ponto de ônibus que encontramos, ou qualquer coisa que nos fosse útil para pegarmos um transporte, somos surpreendidos. Ou melhor, Logan, ele com certeza foi o mais surpreendido. Meus olhos percorreram a figura que simplesmente agarrou o braço do rapaz, assim como Evanora também se virou rapidamente para tentar entender o que rolava. Meu semblante fechou no momento em que o capuz da figura desconhecida sobressaiu de seu rosto, revelando uma mulher de coque, um coque perfeitamente preparado diga-se de passagem, nada condizente com aquele robe maltrapilho que ela usava. Uma sem teto, talvez? Não, certamente não, tinha caroço no angu! Ela rapidamente reconheceu Logan, como filho do Deus do submundo, além de proferir seu nome inteiramente. Nos cumprimentou, a mim e Evanora, muito embora parecesse mais interessada no garoto, certamente. Desconfiada daquilo, observo a força que ela exercia ao braço do garoto, analisando suas ações meticulosamente. Foi então que minha expressão se tornou puro choque, quando um estranho escorpião saiu do braço dela, para se colocar ao pulso de Logan. Era um escorpião dourado, aparentemente um bracelete ou algo do tipo. O que estava rolando, afinal? E quem era ela? Uma deusa, certamente, julgando sua áurea fortíssima, mas qual deusa? Não tínhamos um hall da fama no Acampamento… mas, Oh, se eu bem conhecia a personalidade dos deuses, talvez aquela ali fosse ninguém menos do que Hera. Intitulando-se como rainha entre os demais deuses, tive certeza do meu palpite.  Caramba… nunca pensei que me encontraria com alguém assim. Penso, o que era cômico, afinal, isso seria algo completamente comum para um semideus, certo? 

Hera continuou seu discurso, até que finalmente decidiu libertar Logan de suas unhas e caminhar para a direção oposta, onde simplesmente desapareceu, nos fornecendo suas últimas palavras. — Morram como heróis sob a minha benção. — Traduzo instantaneamente, suspirando baixo. — É isso o que ela disse. — Comento, não sabendo se Logan e Evanora acabariam entendendo o recado. Bem, morrer? Isso era o que iríamos ver. Assim, seguimos nosso caminho. 

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Re: Ruas de São Francisco

Mensagem por Evanora K. Volkova Dom Nov 27, 2022 2:31 pm


A Única Coisa Não Pensada
03 - Sonho

Com um sobressalto, de repente Evanora se viu sentada na cama. Sua respiração estava acelerada, pesada, os olhos estatelados, o corpo suando frio, e uma angústia esmagando seu peito. Ela estava no escuro... Mas na escuridão da noite no chalé, sem grades em volta da cama, sem batidas na porta ou algo horrendo querendo entrar como no pesadelo. E principalmente, sem a presença de qualquer homem que lhe trouxesse tranquilidade, que lhe dissesse que tudo ficaria bem. Ela fechou os olhos e tentou acalmar a agitação em seu interior e a frequência da sua respiração. Foi quando uma lágrima solitária, acumulada em seus cílios, da qual ela sequer havia se dado conta, escorreu. Evanora tornou a abrir os olhos no mesmo instante, levando os dedos à bochecha, as sobrancelhas franzidas em estranhamento. Ela tinha chorado? Realmente chorado? Como no sonho? Levantando-se, ela foi até o banheiro e hesitou antes de olhar no espelho, mas precisava ter certeza de que aquela lágrima estava ali. E de fato estava. Porém, Evanora nunca suportou olhar-se no espelho por muito tempo, e logo abaixou a cabeça, abrindo a torneira para jogar uma água no rosto. Quando se endireitou, continuou encarando a pia, e em seus lábios um leve sorriso se abriu.

"Tem algo errado com ela. Eu digo, digo, digo mas você não me escuta! Ela não é normal, Andrei, ela tem uma... Aura estranha, quase diabólica". Enquanto voltava para a cama, Evanora escutava a voz arrastada e amarga dela em suas lembranças "Pelos céus, Tatiana, você não consegue perceber quão absurda soa enquanto me fala isso? Ela é uma criança!". Mas ela não se deitou imediatamente de volta na cama. Seus olhos foram levados para um objeto posicionado abaixo desta. Uma caixa que já há algum tempo ela não abria, uma caixa que continha tanto de si, e que naquele momento, chamava pela sua atenção. Evanora se abaixou, pegando-a, e então se sentou na cama com a caixa em seu colo "Ela não é uma criança normal, nunca foi! Ela não chora, Andrei! Alguma vez você já viu uma criança que não chora? Sequer quando se machuca, ela não chora! Tem sempre aquela expressão... Vazia". Evanora fechou os olhos e balançou a cabeça para afastar aquela voz que lhe dava asco e o rosto, que falava dela com desprezo, de sua memória. E então abriu a caixa. Dentro, papéis e mais papéis dobrados, cartas que jamais chegariam ao seu destino, cartas que jamais seriam entregues àquele para quem tinham sido escritas. E que, mesmo assim, contavam toda sua história de uma forma que Evanora jamais usaria a voz para contar "Eu chorei, pai...". Sussurrou baixo, muito baixo, passeando os dedos pelos papéis, abrindo um ou outro "Eu chorei". Recordou-se da sensação da lágrima escorrendo pela bochecha. De fato, tinha se surpreendido tanto com a sensação de pouco tempo antes por não se lembrar da última vez em que havia chorado como alguém normal, chorado literalmente, sentido uma lágrima escorrer. Embora, a quem soubesse prestar atenção, ela tivesse chorado muitas vezes em forma de palavras, naqueles papéis...

Evanora guardou de volta as cartas e fechou a caixa minutos depois, por fim voltando a se deitar, afinal ainda precisava descansar para a viagem que faria na manhã seguinte, por mais difícil que fosse se desprender daquele pesadelo que lhe parecera tão vívido, tão diferente... Evanora nunca se lembrava de seus sonhos. Imaginava que, como todos os cérebros, o seu também fosse capaz de criar narrativas e imagens sem sentido todas as noites para enfeitar seu sono, mas ela não costumava se lembrar. Conseguia contar nos dedos as vezes em que se lembrara de um sonho, e um pesadelo que a fizesse acordar assustada não fazia parte de suas recordações. Nunca tinha lhe acontecido. Foi por isso que, mesmo quando amanheceu e ela precisou organizar suas coisas, guardar na mochila seus equipamentos e tudo que levaria para  São Francisco, o sonho não saiu de sua mente. Ela continuava repassando-o e repassando-o diversas vezes. Enquanto tomava café da manhã, sequer sentiu tanto desconforto em comer na frente dos outros, porque estava concentrada demais em tentar entender o que aquilo poderia significar. Parecia-lhe conveniente demais que tivesse sonhado algo tão vívido e aterrorizador justamente uma noite antes de partir em uma missão perigosa e desafiadora. Parecia-lhe conveniente demais que tivesse um monstro querendo entrar pela porta justamente quando ia viajar para um lugar, segundo Héstia, repleto de monstros. Pensou se deveria contar aos outros, se poderia ser alguma espécie de mensagem que lhe fora passada, uma premonição. Pouparia os detalhes sobre o homem, talvez, pois essa parte fora sem dúvida a que mais lhe abalara. Não era seu pai... Ao menos não tinha as feições precisas das quais se lembrava, mas a sensação... Ela sentiu que era ele, ou o que ele lhe representava... Uma figura paterna, que a tranquilizava, que lhe dizia que tudo ficaria bem, o que já não tinha há muito tempo. Mas o que será que significava a faca que ele tinha nas mãos? Enquanto sentava-se no assento reservado para ela no avião, já munida de tudo que precisaria, Evanora discretamente tirou sua faca do bolso, virando-a na mão, olhando-a atentamente.

"Eu tive um sonho essa noite". Viu-se falando para os outros, com sua voz impassível e o rosto sem muita expressão, como era costume seu "Eu nunca me lembro dos meus sonhos, mas me lembro vividamente deste". Não olhava para nenhum deles enquanto falava, encarava o apoio do banco à sua frente "Eu estava em um... Berço, ao menos era o que parecia. Alguém tentava me tranquilizar, alguém que tinha uma faca nas mãos. Eu não sentia medo da faca. A pessoa não me dava medo. Mas eu chorava de medo do que havia atrás da porta, do que tentava entrar pela porta. Algo que batia nela com uma força estrondosa, e partes daquilo começaram a entrar, primeiro uma, depois outra... Pareciam patas, ou algo do tipo. Compridas, grandes, escuras e peludas". Tão repentinamente quanto tinha começado, então ela parou, enfim se virando para os outros dois "Achei que devia contar". Deu de ombros e por fim relaxou no assento, guardando sua faca de volta no bolso.

Não pode-se dizer que a viagem, embora rápida na opinião de Evanora, visto que sua mente estava funcionando a mil por hora, fora tranquila. Pelo contrário, como seu meio-irmão já tinha dito que seria, o "Todo-Poderoso do Olimpo" não tinha ficado muito feliz com os filhos do deus do mundo inferior no seu céu, e o voo tinha sido frequentemente assolado por turbulências. E não turbulências rápidas e suaves, mas sim algumas que tinham assustado todos os outros passageiros e até mesmo funcionários da companhia aérea. Foi um excelente entretenimento, para Evanora, e serviu-lhe como distração, assistir o medo dos outros tripulantes, os suspiros de susto, as expressões de desespero, aqueles que oravam para pousarem vivos, outros que tinham lágrimas nos olhos... Ela chegou até mesmo a soltar um riso curto pelo nariz em alguns momentos, e quando pousaram, foi igualmente divertido assistir o alívio deles. Evanora não teve medo em momento algum do voo. Seu medo realmente só parecia surgir com fogo... Ou, no sonho, com aquela coisa que tentava entrar pela porta.

Quando finalmente pisaram em São Francisco, Evanora aproveitou para reparar em tudo que acontecia ao seu redor. As pessoas que andavam nas ruas, os carros, os prédios, como se fosse uma turista, o que, de certa forma, ela era. Com seu meio-irmão guiando, eles iam em busca de algum transporte quando, de repente, uma pessoa encapuzada, sentada na calçada, agarrou o punho de Logan. Evanora imediatamente tencionou seu corpo, se preparando para uma possível luta, mas quando o capuz caiu, revelando uma mulher com um coque perfeito, ela arqueou as sobrancelhas. Era uma mulher inegavelmente linda, e Evanora achou muito difícil desviar seu olhar dela, embora sua atenção estivesse totalmente voltada a seu meio-irmão. A mulher falava atentamente com ele, lançando a ela e a filha de Atena um breve cumprimento apenas. Entregou a Logan um objeto, um presente, algo parecido com um bracelete, pelo que pôde ver. Evanora guardou atentamente as palavras dela "...convocados para uma missão nesta terra de monstros. Alguns deles, criações minhas...". Criações dela... Logan seria valioso para ela no futuro... Rainha entre os deuses. É claro, aquela só podia ser Hera "Morram como heróis sob a minha benção". Evanora sorriu quando a deusa disse aquelas palavras em grego, satisfeita por ser perfeitamente capaz de entendê-las. Era uma perita em idiomas, afinal, ou esperava se tornar cada vez mais, e não somente em grego. Via as repetiu em voz alta enquanto Logan pareceu confuso com o que tinha acontecido "Parece que alguém tem interesse em te domesticar, irmão". Disse aquelas palavras com uma das sobrancelhas arqueada, uma expressão divertida e o tom de sua voz provocativo, os braços cruzados. "Agora continue nos guiando e seja um bom menino para agradar sua dona". Evanora soltou um riso curto enquanto eles voltavam a caminhar.
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Re: Ruas de São Francisco

Mensagem por Láquesis Dom Nov 27, 2022 11:25 pm

A Única Coisa Não Pensada
A aparição de Hera surpreendeu a todos, junto de seu presente, porém, ela foi breve no que veio fazer e logo foi embora em sua forma divina, deixando os três meio-sangues nas ruas de São Francisco. Como era da intenção de Logan, que estava guiando o grupo, pegar um transporte, os campistas não demoraram a achar uma parada de ônibus que pararia a duas quadras do endereço fornecido. Era uma ótima aproximação. A viagem de ônibus foi o oposto da de avião, tudo ocorreu de forma tranquila, nenhuma aparição de monstro, deus, entidade, sequer de um buraco no meio da estrada para gerar turbulência. A calmaria era tanta que até causava estranheza, como se algo grande estivesse para acontecer nos minutos que viessem. A calmaria antecede o caos, mas depois do caos tem a calmaria, não é mesmo? Em qual parte desse ciclo estariam nossos heróis?

A resposta para essa pergunta veio minutos depois de descerem do ônibus. Logan, Vía e Evanora caminharam os dois quarteirões e encontraram uma rua que levava ao endereço. Segundo o pedaço de papel, a casa do endereço era a última naquela rua, ao qual era sem saída, ou seja, a casa era o final da rua. Eles seguiram a rua. As casas ao redor estavam vazias ou pouco ocupadas, não era para menos, a maioria dos cidadãos estavam trabalhando naquele horário. Ao chegarem, mais ou menos, na metade da rua, os três começaram a ter uma sensação estranha de estarem sendo seguidos e, enquanto se viravam, ouviram uma voz masculina xiada. - Sinto cheiro de filho de Atena, irmão. - A figura vista era, no mínimo, perturbadora. Do tronco para cima, era um homem com peito e braços peludos pretos. Tinha longos cabelos também negros e, de sua boca, saiam duas pinças protuberantes que deixavam suas feições deformadas. Seus olhos não tinham pupilas nem íris, eram inteiramente negros, como um buraco sem fundo. Do trono para baixo, jazia uma enorme estrutura de tarântula com o cefalotórax, abdome e as oito pernas, finas, negras e tão peludas quanto a parte de cima. - Eu também sinto, irmão. - Os meio-sangues se viraram mais uma vez, um segundo homem-aranha tinha aparecido. Ele era idêntico ao primeiro se não por detalhes pequenos. Os três se viram cercados de cada lado da rua pelos homens-aranhas.

- Qual deles, irmão? - Perguntou o primeiro. - A garota, irmão, a loira. - Fala o segundo. - Verdade, irmão. É ela. Uma filha de Atena. - Concorda o primeiro. - Estamos com sorte hoje irmão, muita comida. - O primeiro disse e sorriu… Quer dizer, parecia que ele estava sorrindo arqueando as pinças para os lados junto dos lábios. - E vingança, muita vingança. - Complementou o segundo. - Nós somos filhos de Aracne, filha de Atena. Somos filhos da mulher que sofreu da inveja de uma deusa. - Disse o segundo, suas pinças balançando de forma ameaçadora e grotesca. - E juramos vingar nossa mãe caçando os filhos de Atena e os devorando! - Completou o primeiro. - Não nos interessamos nos outros. - Ele disse. - Nos deem a filha de Atena e os demais podem ir embora. - Voltou a falar o segundo. Os irmãos eram bem sincronizados em suas falas. - Se não, seremos obrigados a devorar todos vocês. - O tom de voz do homem-aranha sugeriu que ele não ficaria triste em ter mais semideuses para devorar. - O que vai ser, meio-sangues? - Perguntou o primeiro, se aproximando. O segundo fez a mesma coisa. O cerco estava se fechando.

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Re: Ruas de São Francisco

Mensagem por Evanora K. Volkova Sáb Dez 03, 2022 11:07 pm


A Única Coisa Não Pensada
04 - Romã
Evanora permaneceu em silêncio durante todo o tempo em que os três foram até o ponto de ônibus, esperaram a condução, e então subiram, sendo transportados até a parada que os deixaria a duas quadras do local de destino. Não questionou o meio-irmão sobre ser o melhor caminho, sobre estar correto ou não, afinal, aquele país era uma enorme novidade para ela. E verdade seja dita, nem mesmo a Rússia ela conhecia tão bem, por mais que fosse sua terra natal. Até então vivera cercada de quatro paredes, muros, cercas, nunca tivera a oportunidade de conhecer muitas coisas, por mais que fosse um de seus maiores desejos. Mesmo considerada jovem demais e menor de idade, Evanora sempre quis ser livre e independente. Queria ser capaz de cuidar de si mesma, de encontrar seu próprio caminho, e conhecer os tantos lugares que lia nos livros. Aquela viagem de ônibus, para ela, foi quase uma distração. Era a parte boa da viagem conhecer novos lugares, reparar nas pessoas, no que vestiam, nas construções, na vegetação... Mas seu transe foi quebrado quando o irmão avisou que o ponto deles já era o próximo, e sua mente voltou a racionalizar sobre o sonho que tivera, seus olhos atentos aos arredores.

Com exceção da turbulenta viagem de avião e o breve encontro com a rainha dos deuses, tudo estava calmo... Calmo até demais, como a calmaria que precede desastres naturais. Uma calmaria que nada tinha de confortável, pelo contrário, era inquietante. Caminharam por um quarteirão, pelo segundo, e então Logan anunciou que a casa que procuravam ficava no fim da rua. Evanora sentiu um pequeno arrepio percorrer seu corpo quando encarou a rua em que eles seguiram. Um pressentimento. Era uma rua sem saída, e sua cabeça se virava com frequência para checar as casas ao redor. Fechadas, silenciosas, como se fossem inabitadas, como se ninguém morasse ali. Teve a estranha sensação de estar sendo seguida e observada, e passou a sentir um tremendo desconforto. Sempre gostou de observar, mas nunca de ser observada. Era como voltar a ser vítima do olhar frio, apático, porém analisador de Tatiana encarando-a no sofá bege da sala, prestando atenção a cada movimento seu, a cada expressão. Evanora suspirou e alongou o pescoço, passou a mão pelos braços tentando se livrar do arrepio e do mau pressentimento, e estava prestes a se virar para checar, por precaução, que de fato não estavam sendo seguidos e era só uma sensação, quando ouviu uma voz chiada. Franziu as sobrancelhas, olhou para Via e Logan, querendo se certificar de que não teria sido a única a ouvir, mas teve certeza que eles também tinham escutado. Os três se viraram. E Evanora estancou. Deparou-se com uma das visões mais bizarras de sua vida. Uma criatura, com certeza um monstro... Do tronco para cima, parecia um homem com peito e braços peludos pretos, tinha cabelos longos, e na boca duas pinças que deformavam seu rosto. Mas o que havia do tronco para baixo foi o que mais chamou a atenção de Evanora. Ali estavam elas... As pernas de aranha, oito, ela conseguiu contar, finas... Peludas como no sonho que tivera. Sua boca se entreabriu e imediatamente ela se colocou, lentamente, em uma postura mais defensiva. Então tinha mesmo sido uma espécie de premonição... Era aquilo que tentava entrar pela porta do quarto, eram aquelas pernas que tinham conseguido, uma a uma, invadir seu pesadelo "Era isso o que tentava entrar...". Sussurrou baixo. Tão baixo que talvez os outros sequer tivessem conseguido escutar.

Mal teve tempo de absorver e raciocinar sobre o que via quando escutou outra voz, do lado oposto, e ao se virar deparou-se com uma segunda criatura, quase idêntica à outra. Dois homem-aranhas, sem dúvida intimidadores, agora os cercavam. Era o momento de sentir medo, certo? Aquele era o momento perfeito, frente a frente com dois monstros. Mas Evanora não sentiu medo. Ao menos não no conceito distorcido que ela tem do que é medo. Era inevitável sentir certo receio, colocar-se em alerta, eram seres sem dúvida perigosos, que representavam uma ameaça à sua vida. Mas o que ela sentia naquele momento em nada se comparava a sensação paralisante que tinha quando via fogo, que era o que ela considerava como verdadeiro medo. Do seu interior manifestou-se um anseio pelo desafio que representavam, além da consciência de serem uma ameaça. E Evanora sempre apreciou um bom desafio, então por mais que estivesse alerta, atenta aos movimentos deles, sabendo que seria uma estupidez subestimá-los, ela se animou com a possibilidade de enfrentá-los.

E então os dois começaram a conversar com aquelas vozes incomuns, chiadas. Evidenciavam que Via era uma filha de Atena, que tinham sentido seu cheiro. Falaram em comida e vingança. Evanora estreitou os olhos, tentando se lembrar se já tinha lido algo sobre eles, seres tão peculiares. Não precisou buscar muito na memória quem eles eram, visto que o segundo logo os apresentou. Filhos de Aracne, "Filhos da mulher que sofreu com a inveja de uma deusa". Uma das extremidades dos lábios de Evanora se curvou levemente em uma micro-expressão de repulsa com a forma como as pinças se movimentavam enquanto eles falavam. Concluiu sem muita dificuldade que a deusa a qual se referiam era Atena, afinal, buscavam vingança devorando os filhos dela, mas a próxima parte do que tinham a dizer foi o que deixou Evanora mais intrigada. Fizeram-na erguer as sobrancelhas ao dizerem que não se interessavam por ela ou por Logan... O interesse deles era totalmente por Via. Se entregassem de bom grado a filha de Atena, poderiam ir embora... Do contrário, todos seriam devorados.

Para Evanora, que era um poço de indiferença e nunca teve empatia, seria uma escolha muito fácil. Bancar a heroína nunca foi seu estilo, ela nunca teve qualquer pretensão em parecer boa aos olhos de quem fosse, e nunca se importou com o que as pessoas achavam de seu jeito apático e frio. Sequer conhecia muito bem aquela filha de Atena que estava ao seu lado, nem mesmo Logan, que era seu meio-irmão. Não tinha com eles qualquer laço ou vínculo que pudesse despertar nela algo novo, uma necessidade de protegê-los, de ajudar. Ela tentou buscar isso em si... Por mais que não conhecesse bem a outra companheira de viagem, também nada tinha contra, esta nunca fizera nada para irritá-la ou lhe fazer mal. Queria ter encontrado dentro de si o que teria deixado seu pai orgulhoso quando ela lhe escrevesse contando sobre o acontecimento, talvez até servisse de impulso para fazê-la voltar a escrever para ele. Mas não encontrou nada daquilo em seu interior. O que a incomodava, naquela situação, era desperdiçar o desafio. Se ela desse as costas, entregasse Via de bom grado e pudesse ir embora, talvez saísse viva, mas e quanto ao desafio pelo qual ansiava momentos antes? Ela poderia fazer algo bom, afinal... Talvez não pelos motivos mais corretos, mas ainda assim, algo que seu pai consideraria bom.

Aos poucos, eles se aproximavam, perguntando qual era a decisão deles, cercando mais. Evanora teve pouco tempo para pensar, mas não era preciso ser uma excelente estrategista para chegar à conclusão de que três contra um era muito mais vantajoso que três contra dois... Mesmo que eles estivessem em maior número, e ela apreciasse o desafio, aqueles seres, juntos, com certeza dariam muito mais trabalho do que se precisassem lidar com um de cada vez. E, por sorte, seu pai divino lhe proporcionara algo que seria essencial caso sua ideia fosse bem sucedida. Evanora respirou fundo. Se conseguisse fazer um dos homem-aranhas comer os bagos de romã, e este fosse para o submundo, teriam que ser espertos e efetivos para se livrarem do que restasse antes que ele voltasse. Seria arriscado, mas ela estava disposta a assumir aquele risco. Evanora então, quebrando um pouco da tensão do momento, ou piorando-a, soltou um risinho curto baixo e se afastou alguns passos dos outros dois campistas, as mãos dentro dos bolsos da calça que vestia "Como quiserem... Por mim, podem fazer o que desejarem com ela". Fez um movimento com a cabeça que sinalizava Via. Devagar, foi chegando mais perto, ainda que mantivesse uma distância segura, do homem-aranha que tinha falado primeiro "Eu mesma não sou muito fã de filhos de Atena, vim até aqui com essa porque não tive outra opção". Deu de ombros. Demonstrar indiferença nunca foi uma dificuldade sua "Acho, inclusive, a motivação de vocês bem justa. Tenho até algo que pode ajudar". Tirou de um dos bolsos um bago de romã e ergueu, mostrando à criatura "Ela provavelmente não vai se entregar tão fácil e o outro ali com certeza vai bancar o herói, mas comer isso aqui vai garantir que você obtenha sucesso. O que vai ser, filho de Aracne?". Referenciou a mesma pergunta que o ser tinha feito a eles e estendeu um dos bagos de romã na direção dele, aguardando que este aceitasse a oferta. Imaginou que estivesse chocando Via e seu meio-irmão com suas palavras, mas presumiu que eles entenderiam o que estava tentando fazer. Ela mesma estava um pouco surpresa consigo mesma, dificilmente falava tanto... Mas enganar era algo que já vinha fazendo há muito tempo, desde a infância, com as pessoas ao seu redor.

Evanora tentou manter uma postura aparentemente mais relaxada, para soar convincente, mas já se preparava para uma possível rejeição da oferta e um ataque, não querendo ser pega de surpresa e desprevenida. Porém, a criatura de fato pegou o romã, e Evanora colocou um sorriso no rosto e assentiu, incentivando que de fato comesse. Quando viu o homem-aranha prestes a comê-lo, o sorriso, até então forçado, foi transformando-se em um mais satisfeito, que logo se desfez quando ela virou a cabeça rapidamente para olhar para Via. Fez um leve aceno de cabeça e movimentou a boca em um "Preparem-se", pois sabia que aquilo com certeza deixaria o outro furioso.
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Re: Ruas de São Francisco

Mensagem por Logan D. Winchester Dom Dez 04, 2022 2:24 pm

Aquelas ruas me traziam inúmeras lembranças da infância. Nem todas eram boas, de fato, a maioria me remete a tempos difíceis, mas me deixava orgulhoso do cara que me tornei hoje. — É no final desta rua. — Sem erro, eu nos trouxe até o endereço escrito no papel que a Pirralha dera à filha de Atena. Eu não sabia o que nos esperava lá, mas estava achando tudo aquilo fácil demais. Só comecei a achar tudo normal quando senti um alerta particular, a sensação de que estava sendo observado e seguido. Tava demorando!

Com o aparecimento dos bizarros homens-aranha, mantive a minha natureza fria e impaciente. Eram monstros horrorosos, diferentes de tudo que eu já tinha enfrentado até então, mas já vira piores nos meus pesadelos. Depois que eles fizeram a proposta, abri um sorriso debochado. Eu não estava afim de deixar eles levarem a Cachinhos Dourados para o jantar, precisávamos dela para a missão. Eu não seria o fracassado que voltaria para o acampamento sem cumpri-la. Contudo, quando a Mudinha, minha meio-irmã, começou a falar, negociar com eles, fiquei atônito por um momento. Sua indiferença surpreendeu até a mim. Discretamente, levei a mão ao cabo do meu machado, preparando-me para a ação.

Só fui entender o que estava acontecendo quando vi ela tirar o bago de romã do bolso. Pareceu que a minha mente se ligou à dela e enxerguei a pintura completa. Eu não precisava nem do aceno de cabeça. A qualquer momento eu saberia o que fazer. Logo, no instante em que vi o aranha jogar o bago de romã na boca, virei-me para o outro, abrindo um sorriso confiante. — Três contra um, aranhão radioativo. — Fui avançando na direção do monstro e desembainhei o machado. Então, com as duas mãos, desferi um golpe na direção de onde estava a junção do seu torso com o abdômen de aranha. Mirei onde pudesse atingi-lo com eficácia e, em conjunto, decepar o maior número de patas que conseguisse.

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Re: Ruas de São Francisco

Mensagem por Vía Mitchell Dom Dez 04, 2022 2:49 pm

✽ Quest de Trama - pt.04 ✽
Faziam-se tempos desde que eu não pegava um ônibus se quer na vida. Eu costumava andar bastante em transportes públicos, até porque vivia indo de um lado para o outro, ajudando meus pais com a companhia de teatro… entretanto, ficar no Acampamento o ano todo fazia com que eu me desacostumasse dessas coisas que costumavam ser banais para a minha pessoa. Diferente da viagem de avião, que foi absolutamente maluca, muito embora eu tenha me mantido tranquila com minha leitura, o restante do caminho se denominou tranquilo. Logan ainda nos guiava após a aparição de Hera, e meu instinto dizia a cada meio segundo que toda aquela calma ali, a tranquilidade da viagem - ao menos agora -, estava para lá de esquisita… Tenho certeza que eu não era a única achando isso, julgando as expressões dos outros dois filhos de Hades, muito embora ambos perecessem indiferentes. Era estranho, estar em missão com duas pessoas que eu mal conhecia, ainda que soubesse da existência de ambos no Acampamento. Todos se conheciam por lá, quase. Não que fôssemos poucos, na verdade éramos muitos, mas de uma forma ou de outra, as pessoas sempre se topavam por lá querendo ou não. Enfim, assim que descemos do ônibus, caminhamos nós três mais alguns quarteirões até chegarmos finalmente onde queríamos. Segundo o endereço me entregue por Héstia e previamente Furtado por Logan, nosso destino ficava na última casa da rua, praticamente em um beco, sem saída. Bem, isso já dizia muita coisa… não dava para se esperar algo bom do que veríamos dependendo de quando acabaríamos entrando. Tenha consciência de que algo vai acontecer, Vía… pensei com o coração agitado. Minha intuição gritava um pouco, me avisava que de certa forma, era um azar tremendo estar justamente nessa missão. Eu só não sabia o motivo ainda… mas não demoraria para compreender, certamente. 

Estou com um pressentimento estranho. — Sussurro baixo, quando nos deparamos com metade do caminho. E não era para menos… nossos ouvidos começaram a captar um tipo de voz, mesmo que xiada, ele dizia claramente que… sentia cheiro de filho de Atena. Aquilo me deixou perplexa. Meu sangue pareceu parar no meu corpo e meu peito se tornou apertado, era quase como se eu não estivesse funcionando direito, ainda mais depois de encarar a figura, dona daquela voz medonha. Quando minha atenção captou o sujeito, senti minha aracnofobia gritar instintivamente. Ali, bem diante de nós, um homem, onde metade do tronco para cima, tinha peito e braços peludos, pretos, assim como seus longos cabelos. Sua boca exponha duas pinças esquisitas, um detalhe que acabava deixando seu rosto deformado. E os olhos… os olhos… eram negros, profundos, não existia íris ou qualquer outra coisa, apenas dois buracos vazios. Do quadril para baixo, um perfeito corpo de aranha, com direito a perninhas e tudo mais. E infelizmente, aquele ali não era um só, na verdade, existiam dois deles, ainda que o segundo logo marcou presença, confirmando que também sentia o mesmo aroma. Estávamos, basicamente, num beco sem saída. Cercados. Eu não precisei pensar demais para associar aquelas criaturas medonhas a algo muito comum na história de minha mãe. Se eles não fossem filhos de Aracne, uma tecelã que sofreu da… inveja de Atena, e foi punida consequentemente por isso, transformada em uma mulher-aranha, eu era uma lagosta! Não tive nada a ver com essa paçoca, sabe-se lá há quantos anos isso acabou acontecendo, mas ser filha da deusa da sabedoria me prejudicava. Especialmente falando na minha fobia… minhas pernas tremiam um pouco, mas meus punhos se mantiveram fechados fortemente, eu estava atenta na conversa dos homens. 

Não demorou até que eles soubessem qual de nós três tinha o sangue de Atena correndo nas veias. Eu soube que não adiantaria de nada para mim, contrariar ou algo parecido, mas nem faria sentido também… considerando que eu jamais mentiria, acusando um dos filhos de Hades. As criaturas diziam-se sortudos, eu serviria como comida para eles, isso caso não arranjássemos uma forma de sair daquela zona toda. Conforme um dos homens confirmava o meu palpite, sobre serem de fato filhos de Atena, eu sentia o amargor em suas vozes. Eles certamente tomaram as dores de sua mãe, pelo o que Atena fez a ela. Mas não era para menos… ser transformada em aranha? Realmente, complicado. Engulo seco, meus olhos vagam para Logan e Evanora, eles diziam que caso me entregassem a eles, poderiam ir embora tranquilamente, mas do contrário, seriam devorados tanto quanto eu! Que absurdo… se eu não tivesse filtro na língua, como Spark, já teria os xingado umas três vezes seguidas. Eles praticavam investidas, iam se aproximando de pouco a pouco, o que me acabava nos deixando encurralados a cada instante. Recuo um pouco, e se aqueles dois resolvessem realmente me entregar?! Tipo, nós nem tínhamos um pingo de amizade, podiam muito bem me deixar ali e pronto! Meu Zeus, eu estava ferrada. — Eu… — Não sei o que falar, se quer pensar! Porém, minha expressão se tornou branca, pasma, assim que Evanora se pronunciou, dizendo que pouco se importava com a minha vida e que eles poderiam sim, ficar comigo. Seu tom de indiferença era notório, meus olhos analisavam suas atitudes meticulosamente. Porém, apenas quando Evanora ofereceu um bago de romã, comecei a compreender sua estratégia… e de repente, a tensão do meu corpo acabou diminuindo. Tornou-se quase nula quando o número de inimigos diminuiu, e Logan se mostrou bastante atento, partindo para cima da criatura que sobrara com seu machado. Nisso, observo meus braceletes e me certifico de que estavam bem preparados para caso eu os usasse; no mais, comecei a observar os movimentos do Homem-Aranha, no intuito de descobrir algum ponto fraco dele que pudesse nos favorecer a sair daquela emboscada bizarra. Por um momento, achei mesmo que para eles não faria diferença alguma que eu fosse entregue as criaturas, muito embora fizesse até um pouco de sentido.

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Re: Ruas de São Francisco

Mensagem por Láquesis Dom Dez 04, 2022 11:12 pm

A Única Coisa Não Pensada
Persuadido por Evanora, o primeiro homem-aranha põe em sua boca e mastiga um dos bagos de romã oferecidos. Na mesma hora, o seu corpo começa a assumir um brilho dourado e ele desaparece. - IRMÃO! - O segundo homem-aranha grita. - O que você fez com ele? - A criatura se vira para Evanora, enraivecida, e não percebe que Logan vinha em sua direção. Com um golpe de machado, o filho de Hades, além de causar um certo dano no homem-aranha, ainda decepou uma das pernas do monstro. Por alguns segundos, o homem aranha aprende a se equilibrar nas suas, agora, sete pernas. - MALDITO! - Ele gritou para Logan. Enquanto isso, com olhos atentos e afiados, Vía prestava atenção na criatura. Ela percebeu que as pinças do monstro, que deformavam o seu rosto, impediam a boca do homem-aranha de se fechar completamente. Se um golpe pegasse em pelo menos alguma parte do interior da boca do monstro, mesmo que a lâmina não afundasse muito, o dano certamente seria maior.

Porém, os meio-sangues não eram os únicos que pensavam em atacar. O homem-aranha que sobrou estava possuído para atacar os três. - EU VOU DEVORAR VOCÊ! - Ele disse, seu corpo frontalmente virado na direção de Logan. Seu abdome estava voltado lateralmente para as Evanora e Vía e, com um movimentar dessa região, o homem-aranha apontou a sua parte de trás na direção delas e duas teias saíram, uma seguida da outra. Ele queria prender as duas nas bolas de teias soltadas de seu abdome, que se abriram formando uma rede, como se elas fossem redes feitas para capturar pessoas ao invés de peixes num lago. Logo depois, o homem-aranha avançou com tudo na direção de Logan, balançando as suas pinças freneticamente na tentativa de conseguir picá-lo. O homem-aranha ainda estava entre os semideuses e a casa onde era o endereço ao qual eles precisavam ir.

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Re: Ruas de São Francisco

Mensagem por Logan D. Winchester Sáb Dez 10, 2022 9:50 pm

Eu imaginei que um ataque de perto poderia ter algumas desvantagens, mas em combates é tudo sobre ações e consequências. Eu assumi o risco e consegui o que queria; porém, a um preço de ficar vulnerável, muito próximo do monstrengo feioso. Vi um borrão das pinças do aranhão virem na minha direção. Tive milésimos de segundos para me defender. Por instinto, levei o antebraço esquerdo - com o bracelete de Hera no pulso - à frente do meu rosto. Então, numa fração desse tempo, eu não estava mais lá. De alguma forma, fui parar do outro lado da rua; atrás do bicho. De frente para aquele enorme abdômen de aranha e as costas humanas do monstro, demorei um segundo para entender que fora a magia do bracelete que me salvara. Notei que o lazarento tampouco tinha assimilado o meu sumiço. Eu parecia estar na vantagem. Muitos dos meus “colegas” meio-sangues diriam que é uma “falta de honra” atacar o adversário pelas costas. Embora eu preferisse atacar pela frente, onde podia ver os efeitos dos meus ataques nas expressões de dor dos meus adversários; como um filho legítimo de Hades, mandaria aquele compasso moral para o quinto dos infernos. Estava em um combate contra um inimigo, não um simples adversário. Ali, era matar ou ser morto. Aproveitei aquele segundo de vantagem e assumi meus riscos. Com as duas mãos, girei o machado na direção do abdômen do aranha. Mas o desgraçado se recuperou no último milésimo para conseguir se livrar do meu ataque. Já emendei em um segundo ataque, mirando mais uma das suas pernas. E canalha se safou mais uma vez. — Argh! Que inferno! — Trinquei os dentes com raiva. Na adrenalina do momento, olhei ao meu redor e procurei uma saída. Só então percebi que eu estava na direção do endereço aonde deveríamos chegar. Se eu pudesse afastar o monstro das garotas e de quebra chegar à casa escrita no papel, talvez conseguisse alguma vantagem. Era uma manobra perigosa. Mas não havia tempo para ponderar direito. Rapidamente, apanhei uma pedra na rua e a arremessei contra o aranhão. — Vem me pegar, Dona Aranha! — Abri um sorrisinho debochado enquanto caminhava para trás. Tinha as duas mãos seguras no meu machado e encarava com ferocidade o monstro. Fui me afastando, no intuito de atraí-lo até mim.

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Re: Ruas de São Francisco

Mensagem por Vía Mitchell Dom Dez 11, 2022 2:50 pm

✽ Quest de Trama - pt.05 ✽
Tudo acontecia rápido demais. Com a minha concentração depositada completamente agora no único aranha presente entre nós três, percebo um ponto fraco na criatura que certamente irá nos favorecer ao decorrer do nosso combate que se iniciava. Aquelas pinças presentes em sua boca impediam que ela se mantivesse fechada, e consequentemente, isso seria uma brecha para que acertássemos aquela região, por estar desprotegida. O dano com certeza seria maior, caso usássemos da nossa força para mirar naquele local. Todavia, ainda estávamos correndo perigo e com o irmão da criatura mandado para o submundo, mesmo que por um tempo, ainda era possível notar que pela raiva da criatura, filho de Aracne, muita coisa poderia rolar. Inclusive a questão de Logan te-lo acertado com seu machado, isso o enfureceu mais ainda após a persuasão de Evanora para cima do seu irmão-aranha. As ações sequentes foram ágeis e precisas, quase como num piscar de olhos… mal pude pensar, quando vi, meu corpo já estava sendo envolvido por uma teia de aranha em formato de rede, lançada pela criatura, permanecendo envolvida em uma emboscada, envolta daquela coisa gosmenta que grudava em meu corpo e me impedia de me mover muito. Diferente de Evanora, que conseguiu se safar da farofa toda de ser pega pelas teias do homem-aranha furioso. — Meleca! — Reclamo sufocada pela sensação de estar envolta daquela teia, encarando Logan que conseguiu se livrar de um dos ataques da criatura ao usar o bracelete de Hera, mas que agora tentava distrair a criatura de alguma forma, após a recuperação rápida da mesma. Ele até tentou acerta-lo de novo, mas o aranha se recuperou rápido, rápido demais. Ansiosa, penso que preciso me livrar daquelas teias, o quanto antes possível para não acabar correndo o risco de ser devorada! E ainda nem chegamos no endereço que precisamos… pelos deuses!, engulo seco. Era isso? Ser um semideus? E a parte fácil, existia? Ao menos eu tinha conhecimento. Sabia exatamente o que fazer para me safar daquela farofa toda, bastasse descobrir se funcionaria ou não. Se ao menos Logan conseguisse mantê-lo entretido, eu poderia ponderar minha ideia de sair da teia com tranquilidade, antes que ele decidisse por suas pinças em mim. Eu definitivamente não queria ser comida de aranha!

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Re: Ruas de São Francisco

Mensagem por Evanora K. Volkova Dom Dez 11, 2022 6:32 pm


A Única Coisa Não Pensada
05 - Homem-aranha
Apesar de assistir com satisfação quando o primeiro Homem-aranha assumiu um brilho dourado e desapareceu, enviado para o submundo, Evanora não se deu ao luxo de baixar a guarda achando que seria fácil enfrentar o que sobrara, afinal, como já era esperado, este a olhou com fúria, e se não fosse por Logan pegando-o de surpresa e conseguindo decepar uma de suas pernas com um ataque certeiro, ela com certeza estaria em apuros. Seus olhos acompanharam o membro peludo caído no chão, e em seguida a tentativa do Homem-aranha de se reequilibrar, e sua mente se satisfez por um instante imaginando a possível dor que teria causado ao monstro, considerando pouco por este ser ter sido inconveniente o suficiente para atrapalhá-los. Era pouco para o que Evanora esperava ver destruído nele, queria vê-lo sofrer. Porém, mesmo que seu lado mais sombrio estivesse se divertindo com pensamentos perversos, o mais consciente prestava total atenção na movimentação, e quando, mesmo virada de costas para ela, a criatura soltou de seu abdome teias em formato de rede na direção dela e Via, Evanora já posicionada defensivamente, imediatamente se jogou para o lado, rolando no chão e conseguindo desviar. Sentiu imediatamente o incômodo costumeiro em seu antebraço direito, mas já estava precisando se acostumar tanto a ele desde que passara a frequentar o acampamento, que estava se tornando cada vez mais fácil de ignorar. Levemente ofegante pelo susto, ao se levantar percebeu Via ser atingida, ficando presa pela teia. Encarou a criatura com ódio no olhar, e percebeu Logan escapar por pouco de suas pinças com o bracelete presenteado pela rainha dos deuses.

Tirando do bolso sua faca, Evanora respirou fundo e assistiu seu meio-irmão tentar outro ataque, desta vez frustrado contra a criatura, que era rápida para se livrar. Assisti-lo se movimentar com rapidez trouxe de volta à tona imagens do sonho que a tinha inquietado, aquelas pernas compridas entrando dentro do quarto, o homem que tentava acalmá-la com uma faca em mãos... Agora era Evanora quem tinha em mãos uma faca. Não saberia ou sequer tinha tempo de raciocinar se aquilo seria outra espécie de sinal, contanto que conseguisse acertar aquela criatura e causar-lhe dor, tanto por ter um sonho potencialmente bom com uma figura paterna interrompido por esta, quanto pela inconveniência de atrapalhá-la a chegar ao destino que precisavam. Com a raiva esquentando seu sangue, Evanora partiu para cima, aproveitando que o monstro ainda estava de costas para ela, de frente para Logan, tentando passar entre suas pernas que se movimentavam constantemente, usando sua agilidade, para acertar o abdome de onde tinham saído as teias, tentando uma, duas vezes sem obter um bom resultado, a criatura se mexia rápido demais. Bufando em frustração, afastou-se e tentou acertar então as pernas, imaginando que fosse mais fácil. O Homem-aranha, porém, aparentemente conseguia prestar atenção em duas pessoas o atacando, e se livrava dos golpes com mais facilidade do que ela tinha habilidade para acertar "Gavno!" Evanora rosnou, ofegante, o sangue ainda fervendo em suas veias, mas precisando fazer uma pequena pausa para respirar. Seu olhar acompanhou a movimentação de Logan, que atirou uma pedra contra a criatura, aparentemente tentando atraí-la para sua direção, que era a mesma de onde a casa estava localizada, a direção para onde precisavam ir. Teve poucos segundos para entender o que ele provavelmente tentava fazer... Se ele conseguisse afastar o monstro o suficiente para Via conseguir se livrar das teias com mais tranquilidade, talvez elas pudessem encontrar uma brecha para correr sem precisar necessariamente matá-lo. Considerando a habilidade que ele tinha para se livrar dos golpes, e que o outro logo voltaria de seu passeio no mundo inferior, por mais que Evanora quisesse usar sua brutalidade em uma luta, principalmente com a raiva que sentia, talvez naquele momento uma possível fuga fosse a melhor opção. Nunca antes tinha parado para pensar no que poderia acontecer se morresse, mas por algum motivo a incomodou profundamente a ideia de não poder voltar para o acampamento. Não teve muito tempo de dar mais atenção ao último pensamento, precisava agir rápido, e virando-se na direção de Via, foi até ela tentar ajudá-la a se livrar daquela teia, tentando passar sua faca pelos fios que prendiam suas mãos e pés, para libertá-la, sua cabeça virando-se a todo instante para perceber se a criatura não tentaria atirar mais teias "Precisamos sair logo daqui", Falou baixo, apontando para onde Logan se movia. Se conseguisse ajudá-la a se soltar, poderiam auxiliar seu meio-irmão na distração da criatura e correr logo para a casa.
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Re: Ruas de São Francisco

Mensagem por Láquesis Dom Dez 11, 2022 10:51 pm

A Única Coisa Não Pensada
Depois de perder uma perna, o segundo homem-aranha certamente estava mais atento. Ele conseguiu prender Vía em sua rede de teia e, logo depois, esquivou-se de todos os ataques de Logan e Evanora, seis ao total. A situação não estava fácil para os meio-sangues e a estratégia teve de ser repensada. O objetivo deles passou de matar o homem-aranha para tentar distraí-lo o suficiente para que conseguissem chegar dentro da casa do endereço. O homem-aranha observou a situação após livrar-se dos ataques e percebeu Vía presa em sua teia. Seu olhar cresceu para cima dela, um olhar assassino e, ao mesmo tempo, de triunfo. Porém, algo o distraiu, uma pedra acertou-lhe bem na cabeça. Sua atenção rapidamente foi para o autor do arremesso da pedra, Logan. - Meio-sangue… Eu não tinha interesse em você. - O homem-aranha falou, enquanto isso, Evanora tentava cortar a rede que tinha acertado Vía. - Mas já que você quer uma briga tanto assim… Você vai ser o primeiro que eu vou colocar dentro do meu estômago no dia de hoje! - Ao dizer essas palavras, o homem-aranha ergueu uma de suas peludas patas e, com rapidez, levou-a em direção ao ombro de Logan. Seu objetivo era furar o ombro do meio-sangue. Em seguida, se aproximando ainda mais, o homem-aranha tentou um novo bote com as suas pinças. A distração tinha dado certo, por bem ou por mal, a atenção do homem-aranha estava tão centrada em Logan que ele se tornou alheio às garotas e, até mesmo, a casa do endereço. Porém, conseguiria Vía livrar da rede de teia?

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Re: Ruas de São Francisco

Mensagem por Logan D. Winchester Sáb Dez 17, 2022 1:46 pm

Na minha cabeça, só se passava um tipo de alarme: “corre, que o corno tá puto!”. Soltei uma risadinha debochada em resposta às ameaças do monstro. Eu não estava com a menor vontade de deixar ele me comer… e tampouco cairia sem lutar. Ergui o machado quando vi uma das suas patas vindo na minha direção. O aranhão estava afim de perder mais pernas, né! Só que eu subestimei a sua velocidade e, quando percebi, houve um brilho dourado no meu pulso esquerdo e eu já estava a alguns metros a mais para o final da rua. O bracelete me salvou novamente e, de quebra, estava ainda mais próximo da casa que precisávamos chegar.

O meu plano de fazer o aranha se afastar das meninas ia funcionando. Percebi que o monstro se cegou tanto de ódio por mim que já não se importava mais com a filha de Atena. Preparei o machado, vendo-o avançar para mim com as suas pinças horrendas. E, de novo, o brilho dourado do escorpião me tirou da sua mira e me levou para a lateral esquerda do monstro. Não pretendendo desperdiçar aquela oportunidade, girei o machado com as duas mãos e desferi um golpe certeiro no abdômen de aranha dele; pretendi decepar mais algumas patas. — Nunca ouviu o ditado… se ficar puto é pior? — Minha provocação veio com a tentativa de mais um golpe, mas sem efeito. O aranhão se recuperou no último segundo. Depois daquilo, tinha quase certeza de que Aracne iria odiar os filhos de Hades também.

Entrementes, ainda segurava o meu machado com firmeza nas duas mãos. De onde eu estava, já conseguia ver de relance a casa onde precisávamos chegar. Do outro lado, percebia as duas garotas, uma ajudando a outra a se livrar da teia. Eu só precisava continuar ocupando o monstro para que elas ficassem a postos. No entanto, sentia que o nosso tempo estava se esgotando. As coisas estavam para se complicar ainda mais.

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Re: Ruas de São Francisco

Mensagem por Vía Mitchell Dom Dez 18, 2022 4:46 pm

✽ Quest de Trama - pt.06 ✽
Eu estava me sentindo meio impotente por não poder fazer nada no momento. Estar presa naquela teia me incomodava pelo simples fato de que, naquela situação, me senti inútil, diferente de Evanora e Logan que se empenharam de alguma maneira para melhorar nossa atual situação. Todavia, antes mesmo que eu pudesse começar a pensar em usar meus braceletes para me livrar da teia, vejo Evanora vir em minha direção para tentar me libertar. Arregalo os olhos e intercalo minha atenção entre ela e Logan, que mantinha o aranha ocupado e distraído. Aparentemente, aquela criatura tinha pego um tipo de ranço do rapaz, já que parecia ter esquecido um pouco a ideia de me comer ou algo do tipo, por ter seu interesse particular em mim como filha de Atena. – Evanora! – Sorrio meio nervosa ao vê-la usar sua faca para me libertar. Ela consegue, de fato, e logo eu me vejo livre da rede de teia que a criatura, filho de Aracne, me prendeu anteriormente. Aquele negócio era gosmento, demoro um pouco para retirar os resquícios de meu corpo, mas não enrolo demais. – Eu observei os movimentos dele anteriormente. – Digo para ela baixo no mesmo tom que ela usava para conversar comigo, fitando a criatura e Logan, que se enfrentavam arduamente, de uma maneira até um pouco pessoal. Não era pra menos, Logan gostava de provocar, e como o aranha entendia tudo, ele devia estar se sentindo ofendido com tantas brincadeirinhas da parte do filho de Hades. – Tá vendo aquelas pinças na boca dele? – Questiono a garota, que confirma. Não era muito difícil de observar, afinal das contas, aquilo dava toda a diferença na aparência horrenda da criatura em questão. – Aquilo impede que a boca dele se feche completamente… precisamos acertá-lo ali! – Dou a ideia, que parecia mais do que certa. Aquele certamente era um ótimo ponto fraco, e aproveitando a situação, aquela distração toda, golpeá-lo não seria uma má ideia. – Mesmo que a lâmina não afunde muito, aposto que ele vai sentir. – Informo, ajeitando meus braceletes em meu braço. Nós duas íamos tentar algo… e que os deuses nos ajudassem dessa vez! 

Ainda me mantendo longe da criatura, agora liberta da rede de teia na qual ela tinha me prendido anteriormente, aponto meus braços para a direção dela. Meus braceletes, quando ativados, se transformaram em facas de aproximadamente 15 centímetros, então seria de bastante ajuda usá-los… eu só precisava de uma boa mira, uma boa concentração. Eu usaria um dos meus braceletes, apenas, ao menos esse era o plano. Esperei até que o aranha estivesse parcialmente virado para nós duas, ainda que parecesse mais interessado em Logan, e aguardei. Fechei um de meus olhos para melhor focar na área na qual queria acertar… diretamente em sua boca. Quando finalmente encaixei minha mira em sua direção e observei que o aranha havia parado de se movimentar tanto - já que aquilo dificultava um pouco que eu o acertasse corretamente -, desfrutei da distração da criatura e ativei um dos braceletes, observando a faca aparecer seguidamente. Lancei-a em direção ao homem-aranha, que era bastante habilidoso em seus desvios, mas felizmente consegui acertá-lo na boca, ouvindo-o grunhir com aquilo. Isso! Eu ainda estava armada ao menos, mesmo que com um bracelete. Agora era o momento de Evanora aproveitar e investir em um ataque, visto que o monstro acabou com sua guarda parcialmente reduzida ao ser acertado, considerando também que aquilo o manteria mais parado do que em movimento. Afinal, a dor distraía qualquer pessoa ou criatura…

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Re: Ruas de São Francisco

Mensagem por Evanora K. Volkova Dom Dez 18, 2022 6:26 pm


A Única Coisa Não Pensada
06 - Boca e pinças
Evanora observou com atenção a rede de teia, percebendo os pontos onde seria mais prudente e eficaz cortar, ao invés de ficar passando a faca sem rumo na consistência grudenta. Seu olhar se atentou a movimentação que Logan fazia, ouvindo o monstro responder com fúria e cair direitinho na provocação, se afastando um pouco de onde elas estavam e se distraindo com seu meio-irmão, o que lhe deu mais tempo para planejar bem os cortes. Quando conseguiu libertar Via, imediatamente se levantou, pronta para seguir o plano elaborado anteriormente, de passar para o outro lado da criatura, na direção da casa. Porém, ouviu o chamado da filha de Atena e se atentou a suas palavras. As pinças... Aquelas que tinham chamado sua atenção enquanto ouvia o monstro falar, antes de mandar um deles para o mundo inferior, que tinham lhe causado certa aversão, Via tinha razão, de fato impediam que a boca se fechasse completamente. Fazia sentido que talvez fosse um ponto fraco... Tanto sentido que valia a pena tentar. Evanora assentiu rapidamente com a cabeça, e então virou-se para acompanhar o embate intenso travado entre seu meio-irmão e o ser. A ousadia dele tinha conseguido enfurecê-lo tanto, que o monstro parecia até mesmo ter esquecido que seu alvo mais desejado era a filha de Atena. Ótimo. Isso dava a elas certa vantagem.

Evanora respirou fundo, empunhando sua faca, preparando-se para atacar mais uma vez. O monstro tinha sido efetivo em desviar das outras vezes, mas naquele momento, de costas para ela e totalmente focado em cravar suas pinças em Logan, talvez fosse um momento perfeito para atacar, ele estava distraído. Como tinha feito da outra vez, Evanora acompanhou com atenção e agilidade a movimentação das pernas do Homem-aranha, passando entre elas para, usando como combustível sua raiva em assisti-lo desviar de todos os seus ataques frustrados pouco tempo antes, acertá-lo com ferocidade no abdome, na parte de trás, pouco acima de onde tinha saído a rede de teia que atingira Via. Ele sentiu o golpe, e ela foi rápida em puxar de volta a faca e se movimentar com rapidez, evitando suas pernas e tornando a se afastar a uma distância mais segura. Tentou acertar os membros dele no processo enquanto se movia, mas sem sucesso, era difícil demais. O golpe, porém, o fez lembrar que as duas garotas ainda existiam, e mesmo que ainda prestasse atenção em Logan, foi possível perceber quando seu corpo virou parcialmente na direção delas, que agora já estavam na lateral oposta ao outro filho de Hades. A guarda do monstro já não era mais a mesma, porém... Seu meio-irmão também tinha conseguido acertá-lo, e a combinação da fúria desenfreada dele com a dor deviam tê-lo desconcentrado. É um dos problemas em deixar-se levar pela raiva, deixá-la consumir seus atos pode levar ao descuido. Evanora olhou para Via, percebendo que a garota iria aproveitar a deixa para arremessar uma das facas que saíra de um de seus braceletes, e também se preparou, concentrada, respirando fundo e estreitando os olhos para mirar. Uma satisfação imensa a preencheu quando a filha de Atena obteve sucesso em seu ataque, e a criatura de fato sentiu o golpe, diminuindo a velocidade de suas movimentações devido a dor e provavelmente surpresa. Tirando proveito da brecha na guarda dele, e do grunhido que o tinha feito abrir mais a boca, Evanora arremessou contra a cavidade a sua própria faca, um sorriso discreto surgindo em seus lábios quando acertou. Movimentou-se ainda mais na direção da casa, ainda em posição defensiva e olhos atentos. Sentia que tinham pouco tempo até o outro voltar do mundo inferior, eles precisavam conseguir sair logo dali antes que tivessem que enfrentá-lo também.
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Re: Ruas de São Francisco

Mensagem por Láquesis Dom Dez 18, 2022 8:51 pm

A Única Coisa Não Pensada
As coisas podem ter começado com o pé esquerdo (ou com quatro patas esquerdas, talvez?), mas Logan, Vía e Evanora colocaram em prática um plano. Logan distraiu o homem-aranha e, por mais que tenha recebido ataques diretos, conseguiu desviar de todos com a ajuda do item ganhado por Hera. Ele, também, decepou mais uma perna da criatura. Enquanto isso, Evanora habitualmente cortou os lugares certos da rede de teia, libertando Vía de sua prisão enredada e grudenta. Assim, Vía conseguiu informar Evanora sobre um dos pontos fracos do monstro. As duas, então, começaram uma sequência de ataques que culminou em Evanora dando o golpe final no monstro ao atirar sua faca na direção da boca dele. A criatura gritou, seu corpo começou a brilhar e se reduziu a pó dourado que esfarelou-se no ar. As armas que estavam na boca do monstro, tanto de Vía quanto de Evanora, caíram no chão. Ao lado delas, inclusive, havia uma das pinças do homem-aranha, que foi cortada pela faca de Evanora. Tudo o que restou do monstro foi essa pinça e as duas patas peludas que foram decepadas por Logan. Nada fora do normal, por mais que os monstros morram e vão para o Tártaro se reconstruir, algumas partes deles que foram removidas ficam como espólios de guerra, troféus.

O caminho estava livre. Nossos heróis não tinham um arranhão no corpo. Porém, a vida de um semideus nunca é simples. Um outro brilho surgiu poucos minutos depois e, dele, apareceu o primeiro homem-aranha. Ele tinha acabado de retornar do Mundo Inferior e, dando uma olhada no local, vendo as partes decepadas de seu irmão, percebeu o que tinha acontecido. - IRMÃO! - O monstro gritou. Ele realmente tinha amor pelo seu irmão. - VOCÊS O MATARAM! - A criatura falou o óbvio e, mesmo seus olhos sendo completamente escuros, era possível enxergar a cólera neles. Porém, havia uma coisa que estava favorecendo os meio-sangues. O homem-aranha retornou do Mundo Inferior do mesmo lugar que partiu, ou seja, do lado oposto ao da casa do endereço. O caminho continuava desimpedido para os semideuses alcançarem o objetivo. Eles só iriam ter que correr, porque, neste momento, o homem-aranha usava todas as suas oito pernas em uma rápida corrida na direção dos jovens. Os três conseguiram perceber que o tônus nas pernas do homem-aranha estava aumentando, a intenção dele não era apenas correr até alcançar um dos meio-sangues, ele queria pular em cima de um deles.

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Re: Ruas de São Francisco

Mensagem por Amanda Jafari Simaíno Seg Dez 19, 2022 2:58 am

20:14
Num hotel desconhecido
S01P01
O táxi parou na frente do hotel. Amanda pagou o motorista e foi deixada às portas da grande construção. Honestamente? Não parecia intimidador. Ela respirou fundo e entrou. O local podia não lhe transmitir tensão, mas a situação que se encontrava em si fazia isso com maestria. Dois dias atrás, Amanda recebeu uma carta de um remetente desconhecido. Na carta, estavam inúmeros de seus segredos, seus gostos mais profundos ali, estampados, as coisas que ela buscava na internet. A pessoa que tinha escrito a carta até sabia que, de alguma forma, Amanda era capaz de realizar mágica. Quem estaria por trás daquilo? A ideia de que havia alguém a observando sem ela nem perceber era, no mínimo, muito perturbadora. Ela poderia facilmente ficar paranoica, porém, felizmente ou infelizmente, havia uma forma de lidar logo com aquilo. A carta também tinha um local e um horário, um encontro, basicamente. Aquela pessoa que tanto sabia sobre sua vida queria encontrá-la. Porque? Essa era a dúvida que mais passava em sua cabeça. Tudo bem, Amanda é uma semideusa, já enfrentou uns bons percalços em sua vida… Mas nada parecido com isso. Ela nunca nem sequer foi interessante o bastante para os monstros a incomodarem de verdade, motivo este pelo qual ela conseguia manter uma vida relativamente tranquila, mesmo fora dos domínios do famoso Acampamento Meio-Sangue, do Olimpo ou de qualquer área protegida. Pessoas normais certamente ligariam para a polícia, mas Amanda não era uma pessoa normal, ela era uma filha de Hécate, ela conseguiria lidar com o problema sozinha e, por isso, resolveu ir até o endereço, deparando-se com o hotel dito no início.

Dentro do hotel… Tudo parecia bem comum também. Até um pouco silencioso. Ela caminhou pelo lobby, olhando em volta, indo até a recepção. O local podia parecer comum, mas não era nem um pouco pobre, pelo contrário, tinha um certo luxo na decoração, uma beleza que só o dinheiro conseguia comprar. Aquele hotel não era pouca bosta, se é que me entende. - Com licença… - Amanda disse ao chegar na frente da recepção. A recepcionista, uma mulher com uniforme finamente passado e cabelos presos sem um fio solto, sorriu para ela e perguntou em que poderia ajudá-la. Hora de ver se isso vai dar certo… Amanda pensou, fuçando em sua bolsa e tirando dali de dentro a carta que tinha recebido. Eram as instruções contidas naquele papel, ela deveria apresentar a carta para a recepcionista e, a partir daí, a funcionária saberia o que fazer. Amanda observou a outra à medida que esta olhava para a carta, lendo as palavras. As expressões dela foram, aos poucos, se alterando, indo para uma imediata compreensão junto de um novo sorriso em seu rosto. Não era nem um pouco parecido com o sorriso simpático de uma recepcionista querendo ajudar, ali havia… Um pouco de malícia. Seria a paranoia afetando Amanda? De toda forma, aqueles eram meros mortais, ela poderia dar conta mesmo que fossem uma quadrilha de ladrões de mulheres. A recepcionista pediu para ser seguida e, sem questionar, Amanda seguiu-a.

Amanda certamente subestimou o hotel. Não demorou muito para perder-se nele, seu norte sendo apenas a recepcionista que ia à frente. Elas pegaram elevadores, passaram por corredores e por algumas portas. Parecia até que era proposital todo aquele caminho, como se a recepcionista quisesse que Amanda perdesse a noção de onde estava, de qual seria o caminho de saída daquele hotel que, agora, mais parecia um labirinto. Quando Amanda estava prestes a perguntar até onde iriam, a recepcionista abriu uma das portas, mas não entrou, apenas fez menção com um dos braços para que Amanda entrasse. Obedecendo, Amanda caminhou, mas antes de poder entrar de fato no recinto, foi interrompida pela funcionária. Ela deveria deixar sua bolsa e entrar sem nenhum de seus pertences. Quem em sã consciência aceitaria isso? Ela pensou, incrédula com a audácia da recepcionista. Contudo, Amanda tinha uma carta na manga: ser uma semideusa que sabe realizar magias. Tudo bem dar a sua bolsa, ela teria seus poderes mesmo assim. Um tanto desconfiada, Amanda deixou a bolsa com a funcionária e entrou no local. A porta foi fechada assim que ela entrou e Amanda encontrou-se em uma espécie de sala de espera. Um tapete adornava o chão, onde uma mesa de centro e um sofá ficavam por cima. No teto, um lustre pendia, fazendo uma iluminação fraca, ao estilo penumbra. Não havia mais nada na sala. Nem sequer… Decoração. Isso era incômodo. A sala parecia vazia, por mais que tivesse dois móveis e um tapete.

Quanto mais Amanda ficava ali, mais ela notava detalhes estranhos na sala. Não havia janelas… Quanto tempo se passou desde que ela entrou? Ela não tinha noção. Outra coisa: era uma sala pequena. Era até… Um pouco claustrofóbica. Não haviam mais móveis ou decoração porque… Não cabia, simples assim, se colocassem mais coisas, o local iria começar a parecer pesado, lotado. Amanda sentou-se no sofá e esperou. Por quanto tempo esperaria? Nem sequer sabia quanto tempo tinha se passado! Ela decidiu explorar. Levantou-se e foi até a porta por onde entrou. Ela não iria longe, apenas daria uma voltinha pelo corredor, arejar um pouco a cabeça, fazer algum exercício… Porém a porta não abriu. Amanda estava trancada ali. Ela afastou o corpo da porta como se a mesma tivesse lava em suas bordas. De repente, aquela pequena sala de espera se tornou uma ameaça real. Tinham… Trancado ela ali, simples assim! Afinal, o que era tudo aquilo? Aquela carta? O hotel? A recepcionista estranha? - Olá! - Ela gritou, querendo ser ouvida por através da porta. - Alguém?! - Ninguém. Amanda voltou a sentar-se no sofá. Ela poderia sair, poderia usar algumas magias para tal, mas ela estava curiosa. Não a chamaram naquele hotel simplesmente para trancá-la numa salinha! Tinham que querer alguma coisa com ela… E ela iria descobrir o que seria, nem que tivesse que esperar o dia inteiro sentada naquele estofado.
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Re: Ruas de São Francisco

Mensagem por Logan D. Winchester Sex Jan 06, 2023 1:48 pm

Que o semideus não tem um segundo de paz, nós já sabemos; mas putaquepariu! Foram tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo que era difícil decidir entre comemorar ou ficar mais puto. A verdade é que tudo foi de zero a cem bem rápido: mal um monstro tinha explodido em poeira dourada na nossa frente, o outro surgiu a dezenas de metros atrás em um brilho vermelho. Apaguei o sorriso em meu rosto, amarrando a cara novamente.

Só podem estar tirando uma com a gente, não é possível! — Eu sabia que o passeio do outro aranha pelo Mundo Inferior não duraria para sempre. De fato, eu esperava o seu retorno a qualquer momento. Mas precisava ser naquele instante, justo quando estávamos tão perto?

A nossa distância até a casa podia ser resolvida com uma corrida rápida. Eu sentia que o aranha não teria chances de nos alcançar. Mas, para variar, eu estava errado. Embora eu tivesse certeza de que pudesse alcançar a casa antes do monstro me pegar, não podia afirmar o mesmo das garotas. Ele veio correndo ao nosso encontro, furioso, suas oito patas numa sincronia bizarra dando mais velocidade do que podíamos encarar.

Corram! — gritei, incentivando-as a ir para a casa. Mas não daria tempo. O aranhão pegaria uma delas, ou as duas, antes de chegarem. Ele estava chegando perto. Sua cara ficava ainda mais feia quando estava enfezado. Foi no desespero que notei algo em suas patas, um certo impulso que indicava que ele iria saltar sobre alguém. Então eu tive a ideia mais suicida de todas.

Eu corri na direção do monstro, empunhando o meu machado. Entre nós, havia uma distância de uns dez metros e os restos mortais do irmão dele. Quando o aranha saltou sobre mim, joguei-me de costas no chão, usando o pó dourado do outro monstro para deslizar no asfalto. Brandi o machado com as duas mãos e o girei, desferindo um golpe por baixo do abdômen de aranha do feioso. Tracei um talho diagonal indo de encontro às suas patas traseiras, na intenção de decepá-las.

Se querem saber a sensação de cortar um homem-aranha por baixo, eu devo dizer que é ótima! Arrancar patas de aranha daquelas criaturas com o meu machado já estava se tornando a minha assinatura particular. Certamente, levaria aqueles espólios de volta para o acampamento.

Assim, enquanto o aranha assimilava o meu ataque, levantei-me com um salto e ataquei novamente. Corri na direção dele, que estava de costas para mim. Desviei das suas patas peludas e violentas, e desci o machado em direção ao tronco humano do monstro. Golpeei ele no flanco esquerdo, num corte diagonal, mirando também o seu braço, pouco acima do cotovelo. Pousei de frente para o aranhão, brandindo a minha arma de forma ameaçadora.

Vai querer fazer companhia para o seu irmãozinho, feioso? — provoquei com um sorriso maldoso. Enquanto ganhava tempo, esperava que as meninas já tivessem chegado à casa do endereço. Senão, ao menos que estivessem prontas para lutar, porque o monstrengo viria com tudo para cima de nós.

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Re: Ruas de São Francisco

Mensagem por Vía Mitchell Dom Jan 08, 2023 6:27 pm

Assim que nos livramos do primeiro aranha, logo o outro apareceu para infernizar nossa vida. Recuperei meus braceletes com urgência e, nunca tentativa de correr até a casa, o endereço, falhei. Tanto eu como Evanora não conseguimos nos locomover, o que fez com que Logan tivesse que agir com seu machado. Eu até tentei alguns ataques contra o aranha, mas nada adiantou.

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Re: Ruas de São Francisco

Mensagem por Láquesis Dom Jan 08, 2023 11:04 pm

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Logan se garantia na corrida até a casa do endereço, o mesmo não podia ser dito de Vía e Evanora, que estavam com dificuldade de serem mais rápidas do que o homem-aranha que as perseguia no auge de sua fúria. Aos gritos, rosnados estranhos e sons indescritíveis, o homem-aranha mostrava a sua presença e preparava-se para pular nas duas, porém, ele não contava com Logan desistir da corrida e atacar num movimento de deslize. Uma das peludas patas do homem-aranha foi decepada, enquanto outra ficou gravemente ferida. O monstro ainda sofreu um segundo ataque de Logan enquanto Vía e Evanora alcançavam a porta da casa. Obviamente, estava trancada, porém, um minuto depois ela abriu. Logan não teve dificuldade de chegar à casa em seguida, além de se garantir na corrida, o homem-aranha não tinha mais as suas oito pernas para uma investida tão veloz quanto a última. No caminho, o filho de Hades até conseguiu pegar uma das patas decepadas e levá-la consigo.

Dentro da casa, a porta foi trancada por um homem. Ele parecia ter por volta de trinta anos, tinha cabelos que desciam até as costas, presos num rabo de cavalo loiro. Usava óculos, mas o mais marcante dele eram suas vestimentas. Um suspensório segurando as calças por cima de uma camiseta xadrez amarelo queimado e marrom. Não se vê todo dia. Ele olha para os três jovens e levanta uma sobrancelha. Parece confuso. Em suas mãos, ele segura uma faca e sua musculatura está tensa. - Ela disse que mandaria ajuda depois que Elisa fizesse 8 meses. Vocês são a ajuda? - Ele perguntou. Atrás dos campistas, acomodada em um berço ao lado do sofá da sala de estar, jazia um bebê. Ele estava acordado e não estava com as melhores feições, parecia que iria chorar a qualquer momento. - Vocês que vão levá-la para um lugar seguro? - O homem perguntou novamente e, subitamente, a porta bateu num estrondo. O bebê começou a chorar, seu pai foi acalmá-lo. Era óbvio quem estava atrás da porta, o homem-aranha tinha acabado de chegar e queria entrar, dava até para ouvir o som de seus rosnados bizarros por trás da madeira. Não iria demorar para que ele conseguisse arrombar aquela estrutura. Os meio-sangues se prepararam para a nova batalha, mas, de um segundo para o outro, as batidas fortes na porta pararam completamente. Até mesmo a criança parou de chorar. Um silêncio mórbido reinou até o homem quebrá-lo. - Entendo. Vocês são semideuses. Agora estou conseguindo ver as armas. - O homem falou. - Atena falou que ajuda viria para levar a minha filha para um lugar seguro, um acampamento. Meu nome é Edward. Essa é Elisa. - Ele indicou a bebê, que agora estava em seus braços. - Minha filha com Atena.

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Re: Ruas de São Francisco

Mensagem por Logan D. Winchester Sáb Jan 14, 2023 4:12 pm

Dá licença, mas desde quando eu virei motorista de van de creche? Lentamente, abaixei o machado, que mantinha apontado para a porta da casa – agora silenciosa –, e franzi a testa em uma expressão de clara confusão. Virei-me para o homem loiro com uma bebê em seu colo.

Tá me dizendo que passamos horas dentro de um avião que ameaçou cair trezentas vezes e quase fomos mortos por duas aberrações de Aracne… tudo para sermos babás da sua filha? — Ainda bem que as outras duas tinham um pouco mais de senso de diplomacia porque eu estava a ponto de jogar a merda pro alto.

Deixei elas lidarem com a conversa e fui me certificar de que a casa era de fato segura, para não sermos pegos de surpresa outra vez. Olhei pelo olho mágico da porta, na esperança de conseguir ver algum movimento do aranhão lá fora. Foi muito estranho que o monstro tivesse parado de repente de bater. Mas não consegui ver muita coisa. Fui então conferir os outros cômodos da casa.

Não parecia ser uma casa muito grande, demorei apenas alguns minutos para checar o necessário. Voltei para a sala e eles ainda conversavam sobre levar a bebê para o acampamento. Provavelmente ela seria a campista mais jovem de toda a história do Acampamento Meio-Sangue. Aquilo era estranho de pensar, e ainda mais estranho eu estar reparando nisso, mas a garotinha até tinha umas feições parecidas com a Cachinhos Dourados.

Okay, já que precisamos levar essa insanidade adiante, temos que ver um jeito mais rápido e seguro de voltar para Long Island. Não vai rolar embarcar com essa coisinha num avião. — “Plus” eu odiava bebês a bordo de aviões… não há nada pior do que um bebê chorão durante seis horas de voo. Era em momentos como este que eu esperava uma “solução divina” cair do céu.

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Re: Ruas de São Francisco

Mensagem por Vía Mitchell Dom Jan 15, 2023 12:30 pm

Era engraçada a forma como as coisas aconteciam. Por um momento estávamos todos batalhando arduamente contra filhos de Aracne, em pleno perigo, e agora… bem, agora estávamos finalmente dentro do endereço correto que sempre precisávamos estar. Eu até estava começando a duvidar de quando as coisas começariam a funcionar, levando em consideração que os perigos que apareciam há nossa frente eram inúmeros. Já esperávamos por isso, todos nós, com certeza… só que não imaginei que seria tão demorado. Por sorte, embora minhas tentativas de batalha tivessem sido em vão (bem, não custou tentar, né?), Logan conseguiu deixar o outro homem-aranha debilitado e agora podíamos ter a certeza de que a missão toda iria se desenrolar. Todavia, o desfecho dela me pareceu… surpreendente. Ou o começo, não se sabe!

Por dentro da casa, referente ao endereço que ganhamos, fomos surpreendidos com uma figura paterna de um homem de madeixas longas e loiras, além de seu bebê, Elisa. Ele dizia que a pequena era filha de minha… mãe, e que nós éramos a ajuda necessária para levá-la em segurança. Entendo! Então, éramos no final disso tudo, o passaporte para a pequenina ir ao Acampamento? Mas assim, tão pequena?! Meus olhos estavam em pura demonstração de choque. Uau, ela era minha irmãzinha! E era uma belezura. Meu rosto estava corado, eu quis segura-lá, mas me mantive apreensiva segurando minha mochila com as duas mãos em sua alça única. 

— Também sou filha de Atena. — Digo para ele, expressando um sorriso singelo para a bebê que já estava mais calma depois de abrir um choro pelo susto levado. Entretanto, desfaço a cara, retornando a minha postura - forçadamente concentrada, até porque eu era bastante estabanada. — Bem, parece que somos… sim, a ajuda. — Suspiro deixando a tensão dos ombros ir embora. Logan tinha razão, precisávamos dar um jeito de retornar em segurança.

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